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Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

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– O quê! quem que é desconhecido! berrou Macunaíma desesperado com a ofensa.– Você!– Não sou, ’tá’í!– É!– Ora vá desmamar jacu com alpiste, moço! Desconhecida é a senhora vossa mãe, ouviu! – evirando pro povo: O que vocês estão pensando, heim! Não tenho medo não! nem de um nem dedois nem de dez mil e daqui a pouco eu arraso tudo isto aqui!Uma madalena que estava na frente do herói, virou pro comerciante atrás dela e zangou:– Não bolina, senvergonha!O herói estava cego de raiva, pensou que era com ele e:– Que “não bolina” agora! não estou bolinando ninguém, sua lambisgóia!– Lincha o bolina! Pau nele!– Pois venham, cafajestes!E avançou pra multidão. O advogado quis fugir porém Macunaíma atirou um pontapé nascostas dele e entrou pelo povo distribuindo rasteiras e cabeçadas. De repente viu na frente umhomem alto loiro mui lindo. E o homem era um grilo. Macunaíma teve ódio de tanta bonitezae chimpou uma bruta duma bolacha nas fuças do grilo. O grilo berrou, e enquanto falava umafrase em língua estrangeira agarrou o herói pelo congote.– Prrreso!O herói gelou.– Preso por quê?O polícia secundou uma porção de coisas em língua estrangeira e segurou firme.– Não estou fazendo nada! que o herói murmurava com medo.Porém o grilo não quis conversa e foi descendo a ladeirinha com o povo todo atrás. Outrogrilo chegou e os dois falaram muitas frases, muitas! em língua estrangeira e lá foramempurrando o herói ladeira abaixo. Um testemunha de tudo contou o sucedido pra um senhorque estava na porta duma casa de frutas e o senhor penalizado atravessou a multidão e fez osgrilos pararem. Era já na rua Líbero. Então o senhor fez um discurso pros grilos, que eles nãodeviam de levar Macunaíma preso porque o herói não zera nada. Tinha ajuntado uma porçãode grilos mas nenhum não entendia o discurso porque nenhum não pescava nada de brasileiro.As mulheres choravam com dó do herói. Os grilos falavam por demais numa língua estrangeirae uma voz gritou:– Não pode!Então o povo cou com muita vontade de pelear outra vez e de todos os lados agora estavamgritando: “Larga!”, “Não leva!”, “Não pode!”, “Não pode!”, um chinfrim, “Solta!”. Umfazendeiro estava disposto a fazer discurso insultando a Polícia. Os grilos não entendiam nada egesticulavam, muito atrapalhados falando em língua estrangeira. Formou-se um furdunçotemível. Então Macunaíma se aproveitou da trapalhada e pernas pra que vos quero! Vinha um

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