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Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

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Macunaíma em 2008MACUNAÍMA EM 2008Esta edição de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter apresenta um texto apurado darapsódia de Mário de Andrade (1893-1945), com atualização ortográca, acrescido dedocumentos concernentes à obra. Neste propósito, cotejou três edições de vida do autor com otexto da última edição crítica, a de 1996, na Coleção Archivos da UNESCO, e com osmanuscritos existentes. As edições de vida saíram em 1928 (tiragem de oitocentos exemplarespaga por Mário à gráfica de Eugenio Cupolo, em São Paulo), em 1937 (Rio de Janeiro: LivrariaJosé Olympio Editora) e em 1944 (São Paulo: Livraria Martins Editora, nas Obras Completas).Os manuscritos foram: os esboços de fragmentos de capítulos nas notas marginais autógrafas agrate nas margens do volume II, Mythen und Legenden der Taulipang und Arekuná Indianer(Stuttgart: Strecker und Schröder, 1924), de Vom Roroima zum Orinoco, lendário recolhidopelo etnólogo alemão eodor Koch-Grünberg; os fragmentos remanescentes de duas versõesem autógrafo a lápis preto, de 1926 e 1927; a versão no exemplar de trabalho do ccionista,resultante da fusão das rasuras a tinta preta ao texto impresso da primeira edição, traçadasprovavelmente em 1936, tendo em vista a segunda publicação; e a versão do título na caparasurada do exemplar do livro de 1944, oferecido a Paulo Zingg. Até esse exemplar comdedicatória ao amigo jornalista, o aposto no título não era antecedido de vírgula.O estabelecimento do texto norteou-se pela análise do projeto literário e da evolução domesmo ao longo dos manuscritos e das três edições citadas. Assim sendo, respeitou astransformações operadas no exemplar de trabalho, entre as quais a principal é a supressão queafeta o conjunto original dos capítulos. Macunaíma, em 1928, possui 18 capítulos e umEpílogo. Reestruturado para a segunda edição, mantém o Epílogo e conta 17 capítulos, pois odécimo primeiro, As três normalistas, devido à pressão moral, desencadeada pela proposta doherói de brincar com as meninas de família matriculadas na escola da praça da República, perdea seqüência nal que lhe justicava o título. Na versão construída pelas emendas autógrafas, oque resta dele cola-se ao início do capítulo subseqüente, A velha Ceiuci, renumerado XI.A atualização ortográca pela norma vigente, na mesma consideração ao projeto literário,acata integralmente a estilização da língua falada no país, na prosa experimental da rapsódia quebusca captar “a entidade brasileira”. Convicta do valor da sonoridade e do ritmo da frase, em umtexto congurado como uma “fala mansa, muito nova, muito! que era canto e que era cachiricom mel-de-pau, que era boa e possuía a traição das frutas desconhecidas do mato”, passa aolargo da escrita fonética em “lião”, “viado”, “ólio” e outras palavras, bem como de locuçõesinventadas (“de-noite”, “há-de”) e substantivos compostos grafados sem divisão ou constituídosno texto, tais como “arranhacéu”, “sabiágongá”, palavras-feias, bolo-de-aipim, entre muitos.

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