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Postura não coincidente com a assumida pela Universidade Federal da Bahia- UFBA,cuja Reitoria assumiu o discurso e a identidade da Ideologia de Segurança Nacional,colocando-se contra professores, funcionários e estudantes que não estivessem ao lododa nova ordem que se estabelecia (BRITO,2003). Em particular, essa análisecomparativa é ainda mais reveladora quando confrontada com o estudo sobre a atuaçãoda AESI/UFBA junto ao Instituto de Física na Bahia, no período análogo(CLEMENTE, 1996). Este autor esmiúça o trabalho de espionagem, perseguição epunição comandado por esse órgão de segurança e informação, com a chancela dareitoria da UFBA, contra estudantes, professores e funcionários daquele Instituto.A comparação destes dois trabalhos reforça a tese, que se avoluma nesta reflexão, deque não é possível pensar a ditadura militar, no Brasil, apenas como uma deliberaçãodos órgãos centrais de Segurança e Informação. No caso em tela, os desdobramentosdesta política ideológica deve ser avaliada também a partir dos diferentes contextosestaduais e institucionais em que ela foi implementada ou não. É nesta perspectiva queos documentos encontrados nos arquivos da Universidade Federal de Sergipepossibilitam apreender o olhar específico dos órgãos de segurança e informação sobreos estudantes. Interpretação que se insere na atual tendência da historiografia, sobre essadiscussão, em valorizar os estudos regionais (FICO, 2004). E a partir deles entendercomo a ditadura não foi apenas algo pensado de cima para baixo, mas também foiarticulada a partir das experiências e desdobramentos ocorridos nos diferentes estadosdo país.Neste sentido, é importante valorizar também a contribuição de trabalhos como o deAdriana Melo Carvalho (2005) e o de Gislaine Santos Carvalho (2008). O primeiro, porem reunir os documentos relativos à correspondência dos órgãos de segurança einformação com a Universidade Federal de Sergipe, em particular, o então Instituto deFilosofia. Estes documentos localizados junto à documentação do Departamento deHistória da UFS, atualmente sobre a guarda do Programa de Documentação e PesquisaHistórica -PDPH, relevam determinações, orientações, listas e relatórios que, em seuconjunto, destacam os estudantes como objeto de preocupação dos órgão de segurança einformação que atuaram junto à UFS. O segundo trabalho destaca-se por esmiuçar ahistória da AESI/UFS, a partir do confronto dos documentos existentes no PDPH comos documentos correlatos encontrados junto a atas do Conselho Universitário e doArquivo Geral da UFS. Este trabalho também se destaca por ter realizado entrevistas,através do uso metodológico da história oral, com atores sociais que, à época, eramPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 102

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