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como causadores da “intranqüilidade pública”. E, em anexo, a essa primeiracorrespondência, seguiu uma lista com os nomes dos alunos que participaram daagitação estudantil de 1968 (Of. 26 de fevereiro de 1969). Neste documento,especificamente, aparece o nome de Laura Marinho Tourinho Ribeiro, estudante deHistória, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Logo em seguida, no dia 01 demarço de 1969, o ofício circular nº 10/69/GR, fazendo remissão ao ofício confidencialde 26 de fevereiro daquele ano, solicita que os respectivos diretores das instituições quepassaram a compor a Universidade Federal de Sergipe, no caso as então faculdadesisoladas, naquele momento ainda denominadas de institutos e atualmente denominadasde centros, tomassem providências em relação aos “(...) estudantes constantes nasrelações que acompanharam o ofício CONFIDENCIAL (...)” , comparecendo para tratarde assunto “urgente e inadiável”.O exame desta documentação chama atenção pelo volume de referências feitas aosestudantes universitários, em Sergipe, por esses órgãos. Essa documentaçãopersistentemente recomenda às autoridades vigilância e controle em relação àsexperiências políticas e/ou culturais estudantis. Escovar os contrapelos destadocumentação, parafraseando Walter Benjamin, pode ajudar a entender melhor umaparte dessa história (1994, p.225).Discutindo a bibliografia...instituições viviam sob o acompanhamento dos órgãos deinformação, as relações pessoais predominando de modo maisacentuado, as formas de participação sendo substituídas pelosmétodos de cooptação, as forças intermediárias enfraquecidas(1997, p.63)Em Sergipe, como em outros estados, estes órgãos passaram a vigiar as manifestaçõespolíticas e culturais dos estudantes. Encontros, comemorações, passeatas, desfiles,trotes, jornais ou mesmo grupos de estudos e de teatro passaram a ser objeto de atençãodestes órgãos. O país vivia um momento no qual o exercício das liberdades políticas ede expressão, sofria restrições e era crescente o medo e a insegurança causados peloclima de delações. Em descompasso com as diretrizes colocadas pelo Estado quebuscava controlar a sociedade, uma parte da juventude mostrou-se irreverente, criativa edisposta a alternativas. Eles não silenciaram e criticaram a conjuntura política naquelePonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 97

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