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junto à Delegacia da Educação do Ministério da Educação e Cultura – DEMEC, a qual auniversidade estava vinculada, pode ter inclusive justificado a criação de mais umaórgão para a comunidade de segurança e informação. Uma assessoria especial passou afuncionar diretamente junto a instituições federais como a UFS para efetivar a políticavigilância e controle do SNI.Observa-se também que a atitude protelatória da reitoria e a postura corporativa dosconselheiros contribuíram, em certo sentido, para preservar a autonomia universitária eproteger o seu corpo discente, docente e funcional. Terminando por adiar e mesmoevitar determinadas sanções e enquadramentos que os militares através dos órgãos desegurança e informação, buscavam impor.Em relação aos estudantes, é possível ainda acrescentar mais um ponto para reflexão,não obstante o momento político que o país atravessava. O “espírito juvenil” que elesrepresentavam à luz do olhar da sociedade civil, em Sergipe, não se configurava comouma ameaça, mesmo considerando as discordâncias de cunho político e ideológico. Istopode ser mensurado a partir das posturas de professores, funcionários e alunos ouvidosna comissão de inquérito presidida pelo prof. Fernando Porto:Apesar de tão diversas fontes, nenhuma informação incriminoupessoas ou fatos de comportamentos suspeito, nem mesmolevantando – suspeitos que justificassem um prolongamento ouaprofundamento da investigação, inclusive no que diz respeito àconstituição do Diretório cuja a diretoria foi compostamediante entendimento entre a Direção – e o corpo docente,como se vê dos diversos depoimentos, confirmados pelaspróprias declarações da Diretoria do Instituto. (Of. s/nº de 28de fevereiro de 1970 encaminhado ao Magnífico Reitor da UFS)além das orientações e cobranças constantes para que as universidades controlassem osestudantes para que eles não participassem de atividades classificadas pelos militarescomo “agitações”. Foram divulgadas informações sobre livros que não deveriam serlidos, os perigos da imprensa estudantil, a exemplo do jornal “movimento”, danecessidade de proibir a participação dos estudantes em encontros, numa clarareferência à então recente memória do XXX Congresso da UNE, realizada em Ibiúna,São Paulo, em 1968.Entre os documentos localizados, chama atenção um relatório dos órgãos de segurança einformação, baseado em documentos apreendidos em um aparelho do PCB. Esterelatório foi divulgado com a intenção de informar às autoridades a acerca do grau dePonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 105

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