individualmente, já que se perde um ponto de encontro para discussão em comum. Estasituação faz com que haja entre os entrevistados certa idealização do passado.Damascena explica que quando trabalhava na barbearia do Palace ganh[ava] muitodinheiro. Ali bastava a gente trabalhar meia hora, duas horas, tava bom. Já podia irpra casa. Tinha o povo da Petrobrás.Também não podemos esquecer que estes depoimentos recolhidos trazem a história debarbearias em Aracaju, como o Salão Democrático, Barbearia Nova Barra Limpa,Parque Salão, Máximo Cabeleireiros, Navalhão ou Tesourão, possibilitandoacompanhar as transformações do mundo do trabalho dos barbeiros e, ao mesmo tempo,uma contribuição para a História de Aracaju, vista de um ângulo pouco comum nahistoriografia sergipana.CONSIDERAÇÕES FINAISPara concluir, gostaríamos de esclarecer que os resultados do projeto foram positivos einstigantes para o desenvolvimento de novas abordagens sobre a história do trabalho emSergipe. O projeto “Cabelo, barba e bigode”: memória dos barbeiros em Sergipe(1960-2007) não se restringiu como pretendia inicialmente, a produzir fontes históricas.A equipe executora, ao mesmo tempo em que produzia essas fontes e se preocupava emtranscrevê-las para disponibilizar a público, se voltou para a análise das entrevistas,preparando artigos para serem apresentados em eventos locais e nacionais. Afinal, otrabalho do historiador não se restringe à coleta das fontes, mas passa pela reflexão como objetivo de contribuir para difusão do conhecimento apreendido.As discussões teóricas foram de grande valia e a ida a campo sempre surpreendia.Houve momentos de emoção, de cordialidade e até de impaciência entre entrevistador eentrevistado. Isto nos fez crescer na formação acadêmica, como também nos tornarpessoas mais humanas.Por fim, parte da lacuna sobre a trajetória dos barbeiros em Sergipe é agora preenchida,o que vem a contribuir para a História do Trabalho em nosso estado. Ao mesmo tempo,nossa pesquisa foi importante por possibilitar aos barbeiros refletir sobre o seusignificado social na sociedade contemporânea e estreitar os laços da Universidade coma sociedade.Ponta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 122
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASFontes OraisEntrevista de José Gonçalves do Santos concedida a Antônio Fernando de Araújo Sá eEduardo Lopes Teles. Aracaju/SE. 16 de novembro de 2007.Entrevista de Ascendino de Assunção concedida a Eduardo Lopes Teles. Aracaju/SE.29 de novembro de 2007.Entrevista de José Damascena dos Santos concedida a Antônio Fernando de Araújo Sá eEduardo Lopes Teles. Aracaju/SE. 29 de fevereiro de 2008.Entrevista de Luiz Francisco dos Santos concedida a Eduardo Lopes Teles. Aracaju/SE.14 de março de 2008.Entrevista de Edgar Ribeiro Filho concedida a Eduardo Lopes Teles. Aracaju/SE. 14 demaio de 2008.Fontes BibliográficasARAÚJO, Maria Paula e FERNANDES, Tânia Maria. O diálogo da história oral com ahistoriografia contemporânea. In. VISCARDI, Cláudia M. R. e DELGADO, Lucilia deA. Neves (orgs.). História Oral: Teoria, Educação e Sociedade. Juiz de Fora/ MG:Editora da UFJF/ CAPES, 2006, pp. 13-32.AUED, Bernardete Wrublevski. História das Profissões em Santa Catarina: Ondaslargas “civilizadoras”. Florianópolis: Ed. Do Autor, 1999. 116 p.BARBOSA, Agnaldo de Souza. A propósito de um estatuto para a História Local eRegional: algumas reflexões. História & Perspectiva, Uberlândia, (20-21): 117-128,jan.-dez, 1995.BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 3ª ed. São Paulo:Companhia das letras, 2007. 484 p.COHN, Samuel & MATOS, Sílvia. Os Barbeiros e as Cabeleireiras de Aracaju: Seishistórias orais. College Station/Texas: s. ed., 2004 (xerografado).COSTA, Emília Viotti da. Estruturas versus Experiência. Novas tendências na Históriado Movimento Operário e das Classes Trabalhadoras na América Latina: o que se perdee o que se ganha. BIB. Rio de Janeiro, nº 29 pp. 3-16, 1º semestre de 1990.DEBRET, Jean Baptiste. Viagens Pitoresca e Histórica do Brasil. Vol. 2. 4ª ed. SãoPaulo: Martins Editora, 1965. pp.149-154.DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História oral: memória, tempo, identidades.Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 135 p.Ponta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 123
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