IntroduçãoEstamos encaminhando a V. S. o nome do estudante dessa Unidade,que, juntamente com outros universitários, promoveu movimentos edele participou, prejudicando as atividades da comunidade e criandoa intranqüilidade entre os seus habitantes, no ano findo, conforme noscertificam as autoridades responsáveis pela manutenção da OrdemPública e da Segurança Nacional. (Of. do Reitor da UniversidadeFederal de Sergipe para a Diretoria do Instituto de Filosofia eCiências Humanas, datado de 26 de fev. de 1969)As duas décadas que se seguiram ao golpe de 1964 fazem parte de um passado aindamuito presente, provocador de lembranças, ressentimentos e interesses os mais diversos.A abertura de arquivos até então não disponíveis para os pesquisadores, a denúncia dearquivos oficiais que são destruídos e a descoberta de arquivos valiosos que trazem àtona documentos tidos como perdidos ou destruídos têm sido noticiadas com destaquepela imprensa, nos últimos anos. Isto tem gerado expectativas em torno da(re)interpretação desse “passado-presente”. O ofício encaminhado pelo Reitor daUniversidade Federal de Sergipe, Dr. João Cardoso Nascimento Júnior, à Diretora doInstituto de Filosofia e Ciências Humanas, Prof.ª Maria da Glória Monteiro, em 26 defevereiro de 1969, ano seguinte à criação desta Universidade, alguns meses após adecretação do Ato Institucional nº5, revelam uma parte deste passado nacional ocorridoem Sergipe.Este documento faz parte do conjunto de correspondência recebida e expedida entre osórgãos de informação e segurança e a Universidade Federal de Sergipe, em particular,com o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Em termos historiográficos, aimportância política de documentos como este possibilitou a realização, até o presentemomento, de três importantes trabalhos de pesquisa. O primeiro destacou a interferênciados órgãos de informação sobre a administração da Universidade Federal de Sergipe(DANTAS, 1997). O segundo, uma importante compilação, reúne o conjunto dedocumentos relativos à correspondência “... mantida entre a Assessoria Especial deSegurança e Informações (AESI), órgão instalado na Reitoria da Universidade Federalde Sergipe (UFS), vinculado à rede de informações do Serviço Nacional deInformações...” (CARVALHO, 2005, p.10). E o terceiro acrescenta ao exame dasfontes documentais a contribuição do uso metodológico da história oral, através deentrevistas com atores sociais que viveram essa experiência política e social(CARVALHO, 2008). Ambos os trabalhos destacam o valor desses documentos, assimPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 94
como atentam para a situação de vigilância a que estavam submetidos estudantes,professores e funcionários, no período destacado.Dialogando com esses três estudos, esta pesquisa pretende destrinchar o olharinstitucional dos órgãos de informação e segurança sobre os estudantes da UFS,buscando entender como os estudantes que participaram do movimento estudantil foram“vigiados” durante o período de que trata essa documentação, que se estende de 1969 a1977, além de compreender, a partir da documentação disponível, como os órgãos desegurança e informação passaram a estabelecer mecanismo de controle sobreprofessores, funcionários e, em particular, sobre os estudantes universitários emSergipe. Esta reflexão enlaça uma discussão sobre as fontes de pesquisa, a bibliografiaproduzida, e a vigilância dos órgãos de segurança e informação nacional sobre osestudantes na UFS.Discutindo as fontes... Assessoria de Segurança e Informação – ASI – da UniversidadeFederal do Ceará – UFC – E a desativação da mesma, na prática, foi,sem dúvida, uma ousada investida dos estudantes contra esse órgãoque é o braço do Serviço Nacional de Informação – SNI – dentro dasUniversidades. ( Gisela Mendonça, Presidente da UNE, entrevistadaem 1987. In: A UNE contra o SNI,1987).Pode-se fazer uma comparação entre o que aconteceu com as fontes sobre o movimentoestudantil, durante o período militar, em especial as produzidas pelos órgãos desegurança e informação e o que Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda do GovernoRepublicano Provisório, fez com os documentos relacionados à escravatura no Brasil.Ele, com a intenção de apagar à mancha representada pela escravidão na histórianacional, mandou queimar a referida documentação (SLENES, 1983). Respeitados osdevidos contextos e as respectivas intenções que envolvem esses acontecimentos, algopróximo ocorreu com a documentação relacionada aos órgãos de segurança einformação, parte dela foi sendo filtrada pelas autoridades responsáveis à medida que oprocesso de redemocratização avançava no país, e outra parte foi destruída como formade protesto pelos estudantes. Ilustra a situação de protesto o episódio em que osestudantes da Universidade Federal do Ceará, ao descobrirem os arquivos dessanatureza, promoveram uma invasão com a intenção de interromper as atividadesPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 95
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