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Apesar de permear toda a obra, é nesta discussão inicial em que notamos a influênciateórica de Stuart Hall de maneira preponderante, visto que os textos de Ramalho, Ennese Sá estruturam-se com base nos conceitos de fragmentação e deslocamento do sujeitomoderno.A segunda parte aborda a caracterização da identidade feminina através de obrasliterárias. Assim, Maria Goretti Ribeiro analisa as atitudes de Lilith, Eva e Pandora,mulheres que as tradições cristã e mitológica consideraram transgressoras. Entretanto,na concepção de Ribeiro, foram estas rupturas com os padrões estabelecidos peloshomens, no decurso da história, que possibilitaram os desenvolvimentos culturais ecientíficos de homens e mulheres.Novamente, a linha teórica de Hall é evidenciada. Desta vez, Carlos Magno Gomespercebe os conflitos gerados pelos diferentes gêneros identitários que afastam mãe efilho na obra “A Sentinela” de Lya Luft. No decorrer do romance, Nora passa a aceitaras diferenças do filho Henrique. Assim, Gomes estabelece uma relação prática entreidentidade e literatura, ao mostrar que o trabalho de Luft prega a tolerância como umexercício de identidade.Encerrando o debate acerca das representações femininas na literatura, Ana LealCardoso analisa a obra “A Sombra do patriarca”, de Alina Paim. Outra vez surge aimagem da mulher transgressora, agora na figura da personagem Raquel que vai deencontro à sociedade patriarcal vigente na década de 1930. Cardoso nota que esteromance já denota, nos anos 1950, uma discussão sobre o descentramento do gênerofeminino.O estudo das identidades femininas através da literatura indica que esta forma deexpressão narrativa acompanha os desdobramentos dos estudos modernos da temáticaidentidade, principalmente quando se percebe, novamente, a relação das obras com asteorias de Hall.Em seguida, a abordagem segue o viés da territorialidade e de como estes espaços sãoconstruídos a partir das identidades afro-descendentes, em Sergipe, além de seremconstrutores das mesmas. Neste sentido, notamos que os trabalhos do antropólogo FrankMarcon e do mestre em educação Robson Anselmo se complementam, visto que oprimeiro analisa a construção do espaço negro, em Sergipe, a partir das identidadesafro-brasileiras e o segundo, a construção das identidades a partir dos espaços.Baseando-se nas pesquisas que desenvolve sobre os discursos de identidade afrobrasileiraem Sergipe, em especial a região do Vale do Cotinguiba, Marcon propõe umaPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 128

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