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momento. As frases colocadas no trote dos calouros aprovados no vestibular de 1967,ainda nos tempos das faculdades isoladas, um ano antes da criação da UFS, em 1968,ilustram essa crítica irreverente e política:“A Revolução e a Democracia:Revolução ajudou a Democracia”.“A Energipe é ...De parabéns a Energipe que proporcionou o aumento da população”.“Matemática Moderna:Matemática moderna o Progresso dos Estados Unidos estádiretamente proporcional ao subdesenvolvimento do Brasil”“Castelo:Castelo, casarão velho que vive nos assustando com histórias deFantasmas”. (Gazeta de Sergipe, 12 de março de 1967).Estes estudantes universitários passaram então a despertar o olhar vigilante da novaordem política e de sua Ideologia de Segurança Nacional (MARTINS FILHO, 1987;ORTIZ, 1985).Dentro de uma lógica estrategista e disciplinar, a chegada ao poder dos militares, em1964, através de um golpe de Estado, atendia aos interesses de setores da sociedadecivil brasileira preocupados com os rumos que as reformas de base estavam tomando,particularmente, em regiões onde as tensões sociais ligadas à terra e aos movimentos deeducação e cultura popular se avolumavam (BACELAR, 2007, p.35). Neste contexto, ogolpe atendia aos interesses de setores da sociedade civil que estavam temerosos com orumo que os discursos e algumas ações reformistas estavam seguindo. Mas do ponto devista político, para além dos discursos populistas que apontavam para um movimento“revolucionário” de aprofundamento das transformações sociais, o golpe civil-militarocorreu sem grandes resistências, mesmo em estados onde os governadores ensejavamum discurso de apoio às reformas de base, como foi o caso de Sergipe (DANTAS,2004).Em parte, isso pode ser explicado pela opção política de João Goulart, então presidentedo país, em evitar o conflito armado e mesmo, enquanto ruralista, em não levar à frenteuma proposta efetiva de reforma agrária. Em parte, também, devido às orientações doComitê Central do Partido Comunista Brasileiro, que, desde 1958, esboçara comoestratégia para o país o caminho do nacional-popular que deveria percorrer o campo dasdisputas democráticas e da legalidade (VIANNA,1996). Não obstante o sucesso darevolução cubana que empolgava o imaginário social de estudantes, sindicalistas,militantes políticos, trabalhadores urbanos e rurais. Ainda estava viva e não cicatrizadaPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 98

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