11.07.2015 Views

Edição Completa

Edição Completa

Edição Completa

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

nas memórias do alto comando do partido, o duro aprendizado político da não bemsucedida Intentona Comunista em 1935. Processo que levou o país à ditadura do EstadoNovo, e, com esta, prisões, torturas e assassinatos de importantes quadros do partido.Os militares, por sua vez, ao tomarem o poder, buscaram impor ordem e disciplina àsociedade brasileira. Para isso, valeram-se de sua formação e das estratégias queconheciam para combater “os inimigos da ordem pública e da segurança nacional”(BAFFGA, 1998). Mas quem seriam esses inimigos que mereceriam a atenção dosórgãos de segurança e informação nacional? Era necessário identificá-los, conhecê-los eagir preventivamente, antecipando os seus passos. Foi dentro dessa lógica que osmilitares passaram a fortalecer o Serviço Nacional de Informação, ligando-odiretamente à presidência. Procedimento também aplicado à Divisão Segurança eInformação – DSI, que passou a atuar diretamente junto aos Ministérios (FIGUEREDO,2005). E, por fim, as Assessorias Especiais de Segurança e Informação – AESI/ASI, quepassariam a atuar junto a diferentes órgãos e instituições da administração federal, nocaso em tela, junto à Reitoria da Universidade Federal de Sergipe.Entender os estudos sobre como atuaram os órgãos de segurança e informação nosentido de identificar, vigiar e controlar os estudantes classificados como agentescausadores da “intranqüilidade pública” expressa o norte desta discussão. A respeito,vale mencionar a reflexão de Roberto Schwarz (2007) que, ao examinar a políticacultural brasileira, no período, percebeu a clara divisão de águas entre atuação dosestudantes, antes e depois do golpe de 1964, tendo em vista que, após esteacontecimento, o governo buscou romper as relações dos estudantes com osmovimentos de educação e cultura popular, com os sindicatos, com as ligas camponesase com os partidos de esquerda.Laços construídos através de experiências/movimentos que vinham desde os anos 50,como Movimento de Cultura Popular e o Movimento de Educação de Base, nos quais osestudantes universitários participavam como monitores, e da UNE-Volante e dosCentros Populares de Cultura que disseminavam a idéia da arte engajada, através dejovens estudantes e artistas (FÁVETO, 1983; RIDENTI, 2000). Tentativa derompimento que se revelou insuficiente para conter a reorganização e os protestosestudantis, nos anos seguintes. Protestos que se intensificaram em Sergipe, como emoutros estados do país, no decorrer 1968 (MARTINS FILHO, 1987). As repercussõesdestas mobilizações serviram de justificativa para que os militares decretassem ofechamento dos órgãos de representação estudantil e passassem a vigiar, prender ePonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 99

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!