da festa, tais como: a presença de estudiosos, fotógrafos e repórteres que colaborampara certa visibilidade acadêmica e midiática do folguedo, por vezes, infortunadamente,seguida dos “riscos” de uma notoriedade superficial e descontextualizada que acaba porcriar “slogans” e imagens massificadas que privilegiam alguns elementos em detrimentode outros, vide a própria supervalorização dos Lambe-sujos e a conseqüentedesconsideração da importância dos Caboclinhos no que se refere à compreensão destecomplexo fenomenológico; questões de segurança pública que, a propósito, vêm setornando cada vez mais problemáticas por conta da própria exacerbação da rebeldiafestiva, interpretada por alguns poucos de maneira distorcida; os recorrentesoportunismos das autoridades políticas que se utilizam de discursos sobre valorizaçõesidentitárias e da tradicionalidade pouco fundamentados para assim obter maior aceitaçãopopular, principalmente, em anos eleitorais; e as inevitáveis reformulações que agregamnovas mensagens sensitivas à festa, inclusive, as que não atende às próprias demandasdos brincantes, mas que não deixam de ser reconfiguradas e adaptas aos contextoscontinuamente atualizados. A busca de autonomia nessas transformações contingenciaistem sido um dos maiores desafios enfrentados por esses agentes criadores do imagináriopopular frente às incertezas da modernidade.O que já não se pode dizer é que a tendência da modernização ésimplesmente provocar o desaparecimento das culturas tradicionais. Oproblema não se reduz, então, a conservar e resgatar tradiçõessupostamente inalteradas. Trata-se de perguntar como estão setransformando, como interagem com as forças da modernidade.(Canclini, 200, p. 218)Ponderando o quadro dos estudos sobre as questões identitárias e suas dialéticasenvolventes, depreendemos que é necessário de engendrar novos parâmetros reflexivosna busca de um entendimento crítico referente ao processo histórico formador dasociedade brasileira, principalmente, sobre as questões que envolvem a participação dospovos indígenas nesse sistema societário. Quando a sociedade brasileira souberreconhecer a exploração histórica praticada sobre seus povos nativos originais eperceber que, apesar de toda opressão, eles ainda mantém uma participação ativa efundamental nas constituições identitárias brasileiras, talvez assim possamos vislumbrarrumos alternativos para um país que ainda não se entende em sua diversidade e por issonão consegue desfazer-se dos seus problemas mais elementares. A possibilidade derealizar profícuas análises a partir da riqueza temática das manifestações popularesPonta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 70
sugere novos entendimentos e paradigmas inovadores na constituição desses novoshorizontes.Referências bibliográficas:ALVES-MAZZOTTI, Alda & GEWANDSZNAJDER, Judith. O método nas ciênciasnaturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo, SP: Pioneira, 1998.BEZERRA, Felte. Etnias sergipanas: a contribuição ao seu estudo. Aracaju, SE: J.Andrade, 1984.CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair damodernidade. São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo, SP: Global,2001.CORRÊA, Roberto Lobato & ROSENDAHL. Introdução à geografia cultural. Rio deJaneiro, RJ: Bertrand Brasil, 2003.ECO, Umberto. A estrutura ausente: introdução à pesquisa semiológica. São Paulo, SP:Perspectiva, 1997.FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. Petrópolis, RJ: Vozes, 1977.GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1978.NOVAIS, Fernando A. (org). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vidaprivada na América portuguesa. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1997.PIRES, Maria Idalina da Cruz. Guerra dos bárbaros: resistência indígena e conflitos noNordeste colonial. Recife, PE: UFPE, 2002.Ponta de Lança, São Cristóvão v.2, n. 3, out. 2008 ‐ abr. 2009. 71
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