Revista Ferroviária Edição de Julho/agosto 2018
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gente<br />
A ponte da Talgo no Brasil<br />
Afabricante <strong>de</strong> trens<br />
metropolitanos, intercida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong><br />
Talgo tem planos<br />
<strong>de</strong> fortalecer a presença em território<br />
brasileiro, uma missão que está nas<br />
mãos <strong>de</strong> um executivo conhecido no<br />
mercado ferroviário. Cláudio Zemella,<br />
ex-presi<strong>de</strong>nte da Siemens Rail<br />
Automation no Brasil e ex-diretor<br />
geral da área <strong>de</strong> Sistemas da Bombardier,<br />
representa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> maio <strong>de</strong>ste<br />
ano a empresa espanhola na busca<br />
por novos projetos no país.<br />
A Talgo tem feito uma aposta no<br />
Brasil em meio a discussões sobre o<br />
Trem Intercida<strong>de</strong>s, projeto do governo<br />
<strong>de</strong> São Paulo que preten<strong>de</strong> ligar<br />
várias cida<strong>de</strong>s do interior paulista,<br />
incluindo Campinas, Sorocaba e São<br />
Paulo, além <strong>de</strong> municípios do Vale do<br />
Paraíba e da Baixada Santista.<br />
O trecho prioritário seria o <strong>de</strong><br />
Americana a São Paulo, passando<br />
por Campinas e Jundiaí, com 135<br />
quilômetros <strong>de</strong> extensão e custo <strong>de</strong><br />
R$ 5,4 bilhões, aten<strong>de</strong>ndo a uma<br />
<strong>de</strong>manda estimada <strong>de</strong> 60 mil passageiros<br />
por dia. O trem <strong>de</strong> média<br />
velocida<strong>de</strong> iria operar junto com a<br />
Gente que faz<br />
Linha 7-Rubi da CPTM, que chega<br />
até Jundiaí.<br />
Para tirar o projeto da prancheta<br />
o governo trabalha atualmente para<br />
atrair a iniciativa privada por meio <strong>de</strong><br />
uma PPP (Parceria Pública Privada).<br />
“A visão da Talgo é <strong>de</strong> médio a longo<br />
prazo. Para eles, o Brasil tem potencial<br />
na área ferroviária e, por isso, estão<br />
atentos às oportunida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m<br />
surgir por aqui”, informa Zemella.<br />
Outro campo <strong>de</strong> interesse da empresa<br />
é o ramo <strong>de</strong> manutenção e mo<strong>de</strong>rnização<br />
<strong>de</strong> trens <strong>de</strong> passageiros. Não por<br />
acaso, licitações da CPTM nessa área<br />
estão no radar da Talgo. A empresa já<br />
forneceu torno <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>iro (utilizado na<br />
manutenção <strong>de</strong> rodas dos trens) para a<br />
VLT Carioca e a CPTM.<br />
O interesse pelo mercado brasileiro<br />
não é exatamente uma novida<strong>de</strong> para<br />
a Talgo. Em 2011, a empresa foi uma<br />
das entusiastas do projeto do trem<br />
<strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> Rio-São Paulo,<br />
que acabou nunca saindo do papel.<br />
Na ocasião, executivos da espanhola<br />
chegaram a vir para o Brasil para<br />
negociar participação em um eventual<br />
consórcio para concorrer à licitação<br />
do chamado trem-bala.<br />
Cláudio Zemella<br />
“Estamos em contato com concessionários<br />
públicos e privados na área<br />
<strong>de</strong> passageiros para oferecer serviços<br />
<strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> trens e nosso<br />
know-how na redução <strong>de</strong> custos para<br />
as empresas. Acreditamos na eficiência<br />
do nosso produto e serviços”, ressalta.<br />
Claudio Zemella é formado em<br />
engenharia eletrônica, com mestrado<br />
em Sistemas Digitais <strong>de</strong> Controle e<br />
Automação. Possui pós-graduação<br />
em Marketing B2B na EMI e em<br />
administração/negócios na FDC e<br />
Kellog School.<br />
Atualmente, também exerce o cargo<br />
<strong>de</strong> diretor do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa<br />
e Estudos <strong>de</strong> Planejamento Urbano<br />
(I<strong>de</strong>stra), com ênfase em mobilida<strong>de</strong><br />
urbana e logística.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa edição, a RF dá <strong>de</strong>staque aos ferroviários que trabalham na operação,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> valorizar aqueles que fazem as ferrovias brasileiras funcionarem.<br />
Há quantos anos na ferrovia<br />
9 anos<br />
Ferrovia significa<br />
A ferrovia foi o ponto <strong>de</strong> partida da minha carreira<br />
profissional, é o local aon<strong>de</strong> tenho o prazer em<br />
apren<strong>de</strong>r sempre mais. Tenho orgulho e respeito<br />
pela área que escolhi e é o que me motiva a ser um<br />
mantenedor melhor e mais capacitado.<br />
Desafio diário<br />
Manter os sistemas operando em capacida<strong>de</strong> plena,<br />
com total segurança e conforto aos usuários.<br />
Para ser um bom ferroviário<br />
Acredito que a serieda<strong>de</strong> com a qual lidamos com<br />
as adversida<strong>de</strong>s no nosso dia a dia, nos fazem ser<br />
ferroviários melhores. O conhecimento adquirido, a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer e a serieda<strong>de</strong> fazem diferença.<br />
Momento para recordar<br />
São diversos momentos, mas o mais marcante é ter<br />
iniciado minha carreira na área técnica.<br />
Expectativa profissional<br />
Atualmente sou graduando <strong>de</strong> Engenharia Elétrica<br />
e pretendo iniciar a pós-graduação em Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong>. Busco evoluir e contribuir ao máximo com<br />
minha experiência, sempre almejando novos <strong>de</strong>safios.<br />
Passageiros<br />
Fillipe Portela<br />
Técnico <strong>de</strong> Manutenção III do VLT Carioca<br />
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REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Julho</strong>/Agosto DE <strong>2018</strong>