Revista Ferroviária Edição de Julho/agosto 2018

das nos trens que circulam sobre trilhos", informa
o Metrô SP em nota.
O consultor de transportes Antonio Carlos
Zullino afirma que é difícil apontar uma causa
para falhas, mas explicou que dentro da operação
assistida há vários sistemas para ser testados
individualmente e em conjunto (integração dos
sistemas). “Entre eles podemos citar sistema de
sinalização, telecomunicações, segurança, track
switches (sistema de mudança de via). Os monotrilhos
são o material rodante, ou seja, uma pequena
parte dessa grande engrenagem".
Padrão internacional
A operação assistida é um padrão internacional
para a abertura de novas estações de metrô e permite
a apresentação da estação aos usuários, bem
como testes dos equipamentos e sistemas. Todas as
estações inauguradas pelo Metrô de São Paulo, de
fato, passaram por esse processo. O período de duração
da operação assistida varia de acordo com a
estação e linha, afirma a operadora.
Em relação às últimas estações lançadas, a Eucaliptos,
da Linha 5-Lilás, inaugurada em fevereiro
deste ano, por exemplo, teve um curto período de
testes: apenas um mês. A estação Moema, que abriu
as portas em abril, segue em operação assistida.
A frota atual do monotrilho (Frota M) é com-
Clima de segurança,
apesar de trepidações
A reportagem da RF fez uma viagem nos trilhos da Linha
15-Prata. A viagem, feita fora de horário de pico no novo
trecho São Lucas-Vila União, durou pouco menos de meia
hora e passou a sensação de estar andando em um ônibus
articulado gigante.
Havia trepidações, embora as composições estivessem quase
vazias. Todas as estações estão elevadas a cerca de 15 metros
de altura. De acordo com Zullino, a trepidação pode estar
relacionada às condições irregulares da pista de rolamento, e/
ou por conta de outros fatores mecânicos. “A trepidação tem
que estar dentro de alguns parâmetros mas, em geral, não deve
acontecer”. Além disso, o monotrilho usa pneus e sistema de
suspensão. “Imagine que você esteja de carro naquele trecho da
estrada com mini lombadas que indicam que você está saindo
fora da pista”, exemplifica.
Ele conta também que os monotrilhos possuem sistemas de
redundância, ou seja, se falhar um dos sistemas o outro entra
em ação. “É como em um avião: caso um dos motores pare de
funcionar, os demais podem trabalhar em redundância”.
Durante a viagem, o clima era de segurança (circulavam operadores
do Metrô ao longo do monotrilho) e tranquilidade. Era
possível perceber, naquele momento, um claro contraste entre o
baixo fluxo de passageiros do monotrilho e o trânsito intenso da
avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, que passa por
baixo do modal.
O projeto da Linha 15-Prata
prevê 11 estações (de Vila Prudente
a Jardim Colonial, antiga
Iguatemi), que terão exigido um
investimento de R$ 5,2 bilhões
para a sua implantação, até
2021, de acordo com cálculos
do Metrô. Pelo cronograma original,
a previsão era que a estação
Jardim Planalto fosse aberta em
julho e as estações Sapopemba,
Fazenda da Juta e São Mateus
em setembro. A expectativa atual
da companhia é entrega-las até
o final deste ano.
Tatiane Conceição
Monotrilho da Bombardier
modelo Innovia 300
REVISTA FERROVIÁRIA | Julho/Agosto DE 2018 37