Revista Ferroviária Edição de Julho/agosto 2018
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das <strong>de</strong> trens, na redução <strong>de</strong> custos e em<br />
mais receitas a longo prazo”, frisa.<br />
Des<strong>de</strong> que assumiu a concessão<br />
em abril <strong>de</strong> 2015, a Rumo já investiu<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 6,7 bilhões para melhorar<br />
e otimizar a operação ferroviária. Os<br />
principais recursos foram <strong>de</strong>stinados<br />
para a renovação da frota (aquisição<br />
<strong>de</strong> 2.649 vagões e 178 locomotivas),<br />
criação e aperfeiçoamento <strong>de</strong> pátios<br />
<strong>de</strong> cruzamento e melhorias em tecnologia e segurança<br />
da operação. A companhia controla quatro ferrovias: as<br />
malhas Paulista, Norte, Oeste e Sul, distribuídas entre os<br />
estados do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Santa Catarina, Paraná, São<br />
Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cerca <strong>de</strong> 80%<br />
das cargas transportadas provêm do agronegócio, tais<br />
como soja, milho e açúcar. Mas também se <strong>de</strong>stacam fertilizantes,<br />
combustíveis, cimento e celulose, entre outras.<br />
A unida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>stinada à<br />
remanufatura e reparação <strong>de</strong><br />
equipamentos <strong>de</strong> freios <strong>de</strong> vagões<br />
"Estamos aperfeiçoando<br />
nosso sistema <strong>de</strong> válvulas<br />
<strong>de</strong> frenagem. Agora temos<br />
em casa um parceiro<br />
com centro <strong>de</strong> pesquisa,<br />
aparelhos mo<strong>de</strong>rnos e<br />
profissionais capacitados<br />
para os <strong>de</strong>vidos ajustes."<br />
Julio Fontana, Rumo<br />
Referência no setor<br />
A Rumo já tinha apostado em um acordo com a<br />
Knorr-Bremse, na virada <strong>de</strong> 2015 para 2016, para a oferta<br />
<strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> freios. Motivo: aumentar a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> transporte do material rodante e operar sem restrições<br />
intensas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dos trens. O impacto po<strong>de</strong><br />
ser mensurado, por exemplo, no aumento da quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> toneladas transportada por quilômetro útil (TKU) em<br />
cada vagão. Só no primeiro trimestre <strong>de</strong>ste ano, esse indicador<br />
<strong>de</strong> performance ficou 18% acima do mesmo período<br />
<strong>de</strong> 2017. “Queremos contribuir com o crescimento<br />
da companhia. E é como a equipe da Rumo fala: foca no<br />
trem que o resultado vem”, resume<br />
Edson Pissolato.<br />
A Knorr-Bremse tem um histórico<br />
mundial <strong>de</strong> sucesso quando o assunto<br />
é segurança no transporte <strong>de</strong> carga.<br />
A empresa <strong>de</strong> origem alemã soma<br />
mais <strong>de</strong> 110 anos <strong>de</strong> existência, 110<br />
fábricas em cerca <strong>de</strong> 30 países (especialmente<br />
da Europa e Ásia) e 28 mil<br />
funcionários. A divisão <strong>de</strong> sistemas<br />
para freios <strong>de</strong> veículos ferroviários<br />
alcançou 3,3 bilhões <strong>de</strong> euros (cerca<br />
<strong>de</strong> R$ 14,5 bilhões atuais) no ano passado.<br />
O equivalente à meta<strong>de</strong> do faturamento<br />
global em 2017. O restante<br />
advém <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> aquecimento,<br />
ventilação, ar condicionado, controle<br />
<strong>de</strong> rodas e outros serviços.<br />
No Brasil há 41 anos, a empresa<br />
investiu R$ 200 milhões nos últimos<br />
cinco anos para a montagem da fábrica<br />
em Itupeva (SP), a<strong>de</strong>quações às <strong>de</strong>mandas<br />
do mercado nacional e o lançamento<br />
da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio Claro. Atualmente, conta com<br />
150 funcionários. Entre as operadoras <strong>de</strong> carga, também<br />
tem como clientes a Vale, MRS, VLI, além da Rumo.<br />
Sistema <strong>de</strong> freios<br />
O contrato entre a Rumo e a Knorr-Bremse visa ao<br />
fornecimento, manutenção, reparo e troca <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong><br />
controle, serviço e emergência, reservatório <strong>de</strong> ar, coletor<br />
<strong>de</strong> pó, mangueiras, ajustador <strong>de</strong> folga, cilindro e conectores<br />
para 8,5 mil vagões. O sistema <strong>de</strong> testes funciona <strong>de</strong><br />
forma automatizada, isento <strong>de</strong> ação humana e aten<strong>de</strong> ao<br />
padrão da Association of American Railroads (AAR) .<br />
As válvulas DB 60, versão anterior dos vagões da<br />
Rumo, eram <strong>de</strong> ferro fundido e o kit pesava 90 kg. O projeto<br />
veio da Alemanha, mas as peças foram produzidas<br />
inicialmente no Brasil, a partir <strong>de</strong> 1988.<br />
Já as DB 60-II foram uma evolução significativa. Segundo<br />
a Knorr-Bremse, surgiram nos EUA, em 2014, especialmente<br />
por conta dos efeitos do frio no continente<br />
norte-americano e com vistas à redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em<br />
vagões tanque. Elas são <strong>de</strong> alumínio e têm em sua estru-<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Julho</strong>/Agosto DE <strong>2018</strong> 43