Revista Ferroviária Edição de Julho/agosto 2018

eportagem
Rotina de testes
Entre falhas e cancelamentos, Linha 15-Prata segue em operação assistida por tempo indeterminado
Por Tatiane Conceição
Inauguradas no início de abril desse ano, as quatro novas
estações do monotrilho da Linha 15-Prata – São
Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União –
foram comemoradas por integrantes do governo do
estado, Metrô de SP e passageiros. Concluídas sete anos
depois da previsão inicial, elas davam, finalmente, um aspecto
de linha ferroviária ao trecho, que até então operava
apenas entre as estações Vila Prudente e Oratório, com
2,9 km. Mas, terminada a obra, os desafios permanecem:
há quatro meses em operação assistida (sem cobrança de
tarifa e funcionamento das 9h às 16h, de segunda a sexta),
o novo trecho de 5,5 km passa por uma rotina de testes
que tem impactado
a operação da linha
como um todo.
Levantamento
feito pela Revista
Ferroviária com
base em informações
divulgadas
pela Sala de Imprensa
da companhia
mostra que em
22 datas (15, 21,
22, 23, 24 e 25 de
abril; 5, 6, 19 e 20
de maio; 9, 10, 16,
17 e 30 de junho; 1,
7, 8, 14, 15, 28 e 29
de julho; e 4 e 5 de
agosto – até o fechamento desta edição), desde o início da
operação assistida, as estações entre Vila Prudente e Oratório,
que operam comercialmente desde agosto de 2015,
estiveram fechadas ou em horário diferenciado para testes.
Além disso, a operação assistida da linha foi suspensa
nos dias 23, 24, 25 de abril e em 14 de maio. Durante o
período de interdição, os usuários foram atendidos gratuitamente
por ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio
entre Empresas em Situação de Emergência).
Alguns dos motivos justificados pela operadora nas
ocasiões de fechamento das estações e cancelamentos de
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REVISTA FERROVIÁRIA | Julho/Agosto DE 2018
Linha 15-Prata percorre o trecho entre Vila Prudente e Vila União
operação foram falhas de equipamentos de via e ajustes
operacionais. Procurado pela RF, o Metrô de São Paulo
diz em nota que o novo trecho passa por “testes do sistema
de controle dos trens e nos equipamentos das estações
como escadas rolantes e bloqueios, que vêm sendo
realizados para melhorar o desempenho operacional e
permitir o início da operação comercial”. Ainda segundo
informações da operadora, não há previsão para o começo
da operação comercial nas quatro novas estações, pois
isso depende dos resultados dos testes e da maturação dos
equipamentos e sistemas.
O Metrô explica que o monotrilho é um sistema de
transporte sobre
pneus e com tração
elétrica. "Nestas
composições,
os pneus laterais
correm 'abraçados'
a uma viga de concreto
(em trens metroviários
as rodas,
de aço, correm sobre
trilhos de aço)".
Por conta disso, o
monotrilho possui
algumas especialidades,
afirma a
companhia, como
testes dinâmicos
(composição em
movimento), em que são aferidas a frenagem e a aceleração
considerando-se pneus em contato com as vigas de
concreto. Os testes são realizados de acordo com o recomendado
pelos fornecedores das composições e sistemas.
"Monitoramos diversos itens como o controle de pressão
e a temperatura dos pneus. Os testes de carga também
são específicos devido à configuração dos pneus de
borracha em contato com vigas de concreto. Nos testes
estáticos são verificados a integridade e o correto funcionamento
de todos os sistemas embarcados (comunicação,
portas, ar condicionado etc.), ações também realiza-