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Revista Ferroviária Edição de Julho/agosto 2018

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<strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga dos trens foi possível transportar<br />

em poucos dias o que uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> caminhões <strong>de</strong>moraria semanas.<br />

“A principal vantagem do contêiner, no nosso<br />

caso, é que ele é uma espécie <strong>de</strong> embalagem<br />

para todo tipo <strong>de</strong> produto que po<strong>de</strong> ser transportada<br />

por caminhões, trens e navios. Como<br />

aten<strong>de</strong>mos muitos clientes <strong>de</strong> diferentes ramos<br />

precisamos que os outros modais funcionem<br />

bem, porque um complementa o outro. Nesse<br />

mo<strong>de</strong>lo, o rodoviário se torna nosso fornecedor<br />

para captar a carga como um todo e oferecer<br />

uma solução porta a porta para o cliente”, completou<br />

Napoleão.<br />

Por meio <strong>de</strong> nota, a VLI informou que houve<br />

aumento do volume <strong>de</strong> carga si<strong>de</strong>rúrgica, especialmente<br />

em Minas Gerais. Em todo o mês <strong>de</strong> maio,<br />

o Terminal Integrador <strong>de</strong> Santa Luzia, na Região<br />

Metropolitana <strong>de</strong> Belo Horizonte, por exemplo,<br />

registrou fluxo 20% superior à média mensal.<br />

“Essa unida<strong>de</strong> opera como um centro avançado<br />

para a distribuição <strong>de</strong> bobinas, fardos,<br />

chapas, placas <strong>de</strong> aço, fio máquina e também<br />

recebe minério <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>stinado ao abastecimento<br />

<strong>de</strong> usinas si<strong>de</strong>rúrgicas. Esse incremento<br />

só foi possível em virtu<strong>de</strong> da conexão<br />

direta entre a ferrovia e as plantas industriais<br />

dos clientes, ou seja, sem intermédio <strong>de</strong> caminhão”,<br />

explica a empresa.<br />

O transporte <strong>de</strong> cal, produto essencial para o<br />

refino do aço, também aumentou no período da<br />

greve, entre o fim <strong>de</strong> maio e o início <strong>de</strong> junho.<br />

Um volume equivalente ao fluxo regular que<br />

ocorre normalmente em <strong>de</strong>z meses <strong>de</strong> movimentação<br />

passou pela FCA e pela EFVM (num<br />

trecho operado pela VLI por meio <strong>de</strong> contrato<br />

com a Vale) em <strong>de</strong>z dias. No ano passado, a<br />

VLI movimentou cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

<strong>de</strong> produtos e insumos para o setor si<strong>de</strong>rúrgico<br />

nas duas ferrovias.<br />

Redução <strong>de</strong> impacto<br />

Entre os operadores logísticos <strong>de</strong> carga, a avaliação<br />

é que a greve trouxe impactos tanto positivos<br />

quanto negativos. A Contrail Logística,<br />

que transporta carga na malha da MRS no trecho<br />

entre Santos e São José dos Campos, em São<br />

Ferrovia no centro do <strong>de</strong>bate<br />

Em uma ação para aprimorar o cenário logístico nacional, o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral divulgou, em julho, os resultados da consulta pública feita entre<br />

março e abril sobre o Plano Nacional <strong>de</strong> Logística (PNL) para 2025, elaborado<br />

pela Empresa <strong>de</strong> Planejamento e Logística (EPL). O documento<br />

apresenta um diagnóstico atual da logística brasileira e faz uma simulação<br />

do transporte <strong>de</strong> cargas em nível nacional, inclusive os gargalos.<br />

O país tem hoje, aproximadamente, 29 mil km <strong>de</strong> malha ferroviária,<br />

sendo 7 mil km em plena operação; 13,5 mil km com baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tráfego e 8,5 mil km estão subutilizados ou não possuem operação<br />

comercial. Também foi i<strong>de</strong>ntificado um gargalo <strong>de</strong> 5,4 mil km em todo o<br />

país. Ou seja, o Brasil ainda tem “potencial significativo <strong>de</strong> movimentação”<br />

caso reative os trechos não usados da via existente, afirma o documento.<br />

O PNL tem como principal objetivo i<strong>de</strong>ntificar e propor soluções que<br />

propiciem a redução dos custos, aprimore o nível <strong>de</strong> serviço para os<br />

usuários, busque a eficiência e melhore o equilíbrio da matriz <strong>de</strong> transporte<br />

brasileira e, em consequência, diminua a emissão <strong>de</strong> poluentes. A<br />

expectativa é, em sete anos, reduzir a <strong>de</strong>pendência da rodovia <strong>de</strong> 65%<br />

para 50% no transporte <strong>de</strong> cargas e, assim, ampliar a participação das<br />

ferrovias <strong>de</strong> 15% (356,8 bilhões <strong>de</strong> TKU transportados em 2015) para<br />

31% (896,1 bilhões <strong>de</strong> TKU anuais). Essa ampliação da oferta da via<br />

férrea geraria uma economia <strong>de</strong> R$ 54,7 bilhões/ano, pela redução do<br />

custo com transporte, melhorando a competição intra e intermodal e a<br />

competitivida<strong>de</strong> econômica nacional.<br />

Para que o modal ferroviário ganhe espaço na matriz <strong>de</strong> transporte,<br />

o PNL propõe a prorrogação antecipada das concessões das seguintes<br />

ferrovias: EFVM, MRS, FCA, Rumo (Malha Paulista) e EFC (total <strong>de</strong> 12,7<br />

mil km). Também foi consi<strong>de</strong>rada a reativação <strong>de</strong> trechos sem circulação<br />

<strong>de</strong> trens <strong>de</strong> cargas na FCA e Rumo. O plano cita também as ferrovias que<br />

estão em vias <strong>de</strong> ser licitadas como a Norte-Sul (trecho Porto Nacional/TO<br />

a Estrela D’Oeste/SP); a Ferrogrão e a Ferrovia <strong>de</strong> Integração Oeste-Leste<br />

(Fiol), no trecho Ilhéus (BA) a Caetité (BA).<br />

A partir da consulta pública, a EPL elencou outras <strong>de</strong>mandas do setor,<br />

como a construção da Ferrovia Litorânea, em Santa Catarina (entre o Porto<br />

<strong>de</strong> Imbituba e os portos <strong>de</strong> Navegantes e São Francisco do Sul); ligação<br />

da Ferrovia Norte-Sul com o trecho entre Uberlândia (MG) e Itumbiara (GO);<br />

e a construção da Nova Ferroeste (Dourados/MS - Paranaguá/PR).<br />

O governo estuda que os projetos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> parte da Ferrovia<br />

<strong>de</strong> Integração Centro-Oeste (Fico), trecho em Mato Grosso, e do Ferroanel,<br />

em São Paulo, sejam colocados como moeda <strong>de</strong> troca para a renovação<br />

das concessões da MRS e da Vale (EFC e EFVM). O projeto total da Fico<br />

liga Goiás até o estado <strong>de</strong> Rondônia, começando por Campinorte (GO),<br />

passando por Água Boa (MT), Lucas do Rio Ver<strong>de</strong> (MT) e Vilhena (RO), e<br />

terminando em Porto Velho (RO). A primeira etapa, cuja construção ficaria<br />

a cargo da Vale, é a que liga Campinorte a Água Boa (MT).<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Julho</strong>/Agosto DE <strong>2018</strong> 53

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