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Livro "São Pedro de Canedo, História de uma Vila" - 2ª Edição

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São Pedro de Canedo – História de uma Vila

Entende «que foi esta circunstância que deu motivo a dizer-se que o

convento era de frades.»

«É provável que, em 1304, o rei só desse ao bispo do Pôrto o convento

e cêrca; o hospicio e terras juntas e os foros: e os campos, que são grandes

e bons, os incorporasse na comenda de Lobão, que foi dos templários, e

desde 1311, em que esta ordem foi extinta, ficou isto para a coroa até 1319,

em cujo ano o mesmo D. Diniz deu tudo quanto era daqueles cavaleiros à

Ordem de Cristo que então instituíra.»

«O bispo, para lhe ficar o encargo menos pesado, mandou as freiras para

o convento da sua ordem do Porto, e deu a este todos os foros e mais

nada... Mas, vendo que os rendimentos do mosteiro não chegavam para as

despesas das missas cantadas, diárias, ou não podendo cumprir isto (que

na verdade era árduo) doou este resto ao cabido. Este, não lhe fazendo

também conta, com tais condições, o passou ao deão, que por fim também

veio a rejeitar, pelos mesmos motivos passando então tudo a ser uma

reitoria do padroado episcopal.

«O bispo deu o hospicio e pertenças para residência do pároco, ficando

com as rendas do extinto mosteiro. Um dos Filipes... tratou de se apossar

disto e o mandou vender, para as urgências do Estado.

Canedo é uma freguesia rica de tradições históricas e de lendas

encantadoras. O seu folclore é dos mais interessantes e valiosos do país. Os

seus costumes e hábitos primitivos, superstições, vestuários, fainas

agrícolas, indústrias caseiras, culinária, folguedos, são precioso manancial

para o estudioso e investigador ávido de imprevisto e de singularidade.

Meus queridos leitores, se um dia fordes á Vila da Feira, não deixeis de

ir a Canedo, e então, não vos esqueçais de visitar Póvoa a mais rica, a mais

bela, a mais doce aldeia portuguesa.

Para este recanto abençoado não há estradas, não há ruas

alcatroadas, nem largos e deliciosos passeios, pois para o Céu o caminho

não é de rosas, mas de sofrimento e de pesares, de espinhos-e de

mortificações.

Fica a Póvoa numa pequena colina, pousada sobre o Uima, à margem

direita. O rio é que lhe dá a poesia, é que he dá a beleza, é que lhe dá

abundância. Se não fosse o Uima...pobres campos da Póvoa! … Nem searas,

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