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Livro "São Pedro de Canedo, História de uma Vila" - 2ª Edição

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São Pedro de Canedo – História de uma Vila

O Mosteiro de Canedo ou Convento de Canedo de frades 12

beneditinos, localizado no atual lugar do Mosteiro, pertencia à Ordem de S.

Bento e atribui-se a sua fundação a D. Telles Guterres, pelos anos de 950.

Segundo José Mattoso, o Mosteiro de Canedo foi fundado por um

sacerdote cujo sucessor, Zamarius, o deu à Condessa Toda Veilaz, viúva do

Conde Ramiro Menendiz e por sua vez, a Condessa o ofereceu a

Todemondus em 1055. 13

No entanto, não se sabe ao certo a localização do Mosteiro que

entrou em ruínas nos finais do século XV, inícios do século XVI. Dizem fontes

populares, que se localizava no lugar do Mosteiro, entre a atual Igreja

Paroquial e a Casa do Mosteiro (talvez o local mais apontado por

historiadores para a sua localização).

Ninguém deve admirar-se desta antiguidade e de pertencer à Ordem

de S. Bento de Núrsia, porquanto a vida religiosa-monástica desenvolveuse

muito no Ocidente desde o século IV e atingiu a maior perfeição com os

beneditinos.

S. Bento de Núrsia viveu de 480 a 543, fundou o Convento para

homens no Monte-Cassino, que ficou célebre na História, e perto deste

outro para mulheres, cuja direção confiou a sua irmã Santa Escolástica,

também falecida em 543.

A expressão, muito conhecida, “paciencia beneditina” provém do

trabalho que as Ordens beneditinas prestaram à ciência, na difícil e paciente

cópia de velhos manuscritos.

Demais, o estudo das humanidades, as obras e instruções publicadas,

os trabalhos artísticos e ascéticos, manuais, agrícolas e outros, tornaram

bem conhecidas e apreciadas estas ordens, que, por isso mesmo, cedo

vieram para Portugal. Pendorada (Alpendorada), Lorvão, Pedroso, Paço de

Sousa, Guimarães, Cucujães, Ganfei, Tibães, S. Pedro de Canedo e outros

mosteiros, atestaram e alguns dos mais modernos ainda atestam a

prodigiosa atividade beneditina.

12

Pinho Leal, afirma que o Mosteiro era de freiras beneditinas: “Achei a maior parte destas notícias sobra

o convento, em uns apontamentos meus antigos (não sei d'onde os extrai) mas não me conformo com

eles, por várias rasões, que não aponto, para não fazer este artigo mais extenso. Entretanto, a minha

humilde opinião é que nunca aqui houve monges de monges bentos, mas sim de freiras da mesma ordem.

(Viterbo é da mesma opinião; mas não a fundamenta.)” Portugal Antigo e Moderno, Págs. 86 e 87. Vol. 2.

13

Os cartórios dos Mosteiros benedictinos na diocese do Porto. José Mattoso (1964)

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