16fig. 20 - Basílica de Maxentius, Roma, Piranesi
3 - CORPO e FRACTURA - Ruína, natureza, paisagem, memóriaA arquitectura enquanto obra construída é algo que não é estável, pelo contrário a suaprincipal condição é a de constante transformação e relação com o Tempo. O Tempo e adimensão cultural da arquitectura, são factores influentes na percepção da arquitectura pelassociedades.O objecto arquitectónico é muitas vezes idealizado como um passo para atingir a ordemda Natureza, na qual as formas, o equilíbrio e a proporção são constantes. A arquitecturaenquanto objecto de criação, não perdura muito tempo no seu estado inicial. A formaconstruída tal como foi idealizada pelo arquitecto torna-se rapidamente objecto de acçãodo Tempo, aproximando-se, através de um longo processo, da condição da Natureza. Noentanto este acção do arquitecto, é constantemente confrontada com a acção do Tempo, queconsome e degrada a Arquitectura.A ruína enquanto pedaço de uma arquitectura que resta e se degrada, pode ser comparadacom a própria Natureza. Thomas Burnett compara a montanha a uma grande “ruína daNatureza” que é “nua e vertical, corroída e manchada, desordenada e informe, velha” 15 .Esta definição permite levar mais além a influência e abrangência do conceito de ruína. Aruína é o resultado de um processo onde o Tempo actua e desgasta a matéria. Esta acção épermanente e age sobre todos os elementos, Arquitectura e Natureza. No entanto parece quea Natureza apresenta desde sempre esse desgaste e portanto esta pode ser entendida comoum processo de reconstrução e degradação permanentes. Portanto as marcas do Tempo, asmanchas, as ruínas são etapas de um percurso maior em que a Arquitectura, que tenta serNatureza, se torna por arruinização e fragmentação, parte da mesma. Este é o fim anunciadode toda a Arquitectura: ser um objecto desgastado pelo tempo que se vai aproximando dacondição inicial e possivelmente da condição total da Natureza.A natureza nunca é vista na sua verdadeira essência, mas sim “(...) através de uma cultura.” 16 ,o mesmo será dizer, “Paisagem”, segunda a definição de Blanc-Parnand e Raison. Sendo estauma realidade filtrada por uma cultura, ou seja por uma visão colectiva, a paisagem torna-sealgo que é próprio de uma comunidade. Assim sendo, as paisagens são uma visão personalizadada Natureza e em consequência tornam-se em algo que é a priori definido e concreto. Entre osimples enquadramento de Natureza, ou composição visual da Natureza humanizada, surgea dúvida relativamente à consideração da “visão urbana” como “paisagem”.15 Carlo Carena, Ruína-Restauro, in Enciclopédia Einaudi - Volume 1 Memória-História, p. 11116 Blanc-Parnand e Raison (1980) citados por Carlo Carena,Blanc-Parnand e Raison (1980) citados por Carlo Carena, Ruína-Restauro, in Enciclopédia Einaudi- Volume 1 Memória-História, p. 10717
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