72fig. 84 - Pousada de Santa Maria de Bouro, Eduardo Souto Mourafig. 85 - Recuperação do Museu Grão-Vasco, Viseu, Eduardo Souto Moura
6.3 - A ruína como processo, evolução“...Ruskin exigirá quatro ou cinco séculos de corrosão para considerar um edifício “no augeda sua importância”” 79 .A ruína enquanto percurso natural de todos edifícios, no sentido da perfeição e integraçãona natureza, é encarada como um processo que não deve ser interrompido, nem acelerado.Eduardo Souto Moura utiliza esta noção quando se encontra perante uma verdadeira ruína.Com o seu projecto, vai realçar e defender a imagem de fim ao invés do restauro por completo.Uma “morte” que significa a aproximação à Natureza, a um estado de perfeição e completapertença.Um crepúsculo que indica fim e princípio, reciclagem, integração no natural, anonimato.Acontece na casa do Gerês, na pousada de Santa Maria de Bouro, na casa de Baião, narecuperação da Alfândega do Porto. Deixando o existente “incólume”, ou construindo dentrodele, aquilo que é comum nestas obras, é uma vontade de deixar o existente naquele estado deevolução. Em certas situações simula uma ruína mais arruinada do que o pré-existente comoacontece na recuperação do Museu Grão-Vasco em Viseu (2004). Neste projecto substitui otelhado antigo de telha por um telhado de zinco e aumenta um piso no pátio interior. Assima imagem do edifício tenta fixar um tempo onde só restam as paredes exteriores (fig. 85). Aintervenção do arquitecto resume-se a possibilitar um interior climatizado e protegido.A resposta à ruína não passa pela reconstrução como era na sua génese, mas com a linguagemmoderna, abstracta, conseguir o estado de anonimato. Um anonimato que pretende nãocontar histórias, mas sim deixar as pessoas “ouvir as histórias”, um edifício que não pretendeser protagonista da vida, mas sim suporte ao decorrer da vida das pessoas. Nestas obras,a vontade é, fundamentalmente, a partir da obra anónima, criar condições e motivos paranovos utilizadores usufruírem de um espaço recuperado para ser reutilizado.Na sua obra, os argumentos fundamentais num projecto deixam de o ser noutro. Não éuma posição conceptual a priori que define o projecto, é o projecto em si que define aestrutura conceptual por detrás dos argumentos que o defendem. Utiliza sempre a matéria aseu favor. A ruína, mesmo quando existe, é sempre manipulada conceptualmente no sentidode justificar a ideia de projecto.79Carlo Carena, Ruína-Restauro, in Enciclopédia Einaudi - Volume 1 Memória-História, p. 11973
- Page 1 and 2:
Fragmentorepresentação da memóri
- Page 3 and 4:
Prova Final para Licenciatura em Ar
- Page 5:
Dedicadoaos meus pais e irmãosDoce
- Page 9:
Sumário3351 - Introdução1.1 - Ob
- Page 13:
1 - IntroduçãoEste trabalho é re
- Page 16 and 17:
Circus DomitianusPantheonAmphitheat
- Page 18 and 19:
fig. 7 - Planta de levantamento da
- Page 20 and 21:
fig. 11 - Planta da cidade grega de
- Page 22 and 23:
fig. 18 - Erechteion em Atenasfig.
- Page 25 and 26:
vista como aparência do objecto, v
- Page 27:
3 - CORPO e FRACTURA - Ruína, natu
- Page 31 and 32: nos pertence. Assim estes elementos
- Page 33 and 34: 4 - “Frammenti” - Rossi“Rossi
- Page 35: mesmo conjunto. Analisando os desen
- Page 38 and 39: 28fig. 25 - Desenho de Álvaro Siza
- Page 40 and 41: 30fig. 26 - Desenho “La Citiá An
- Page 42 and 43: fig. 27 - Escola Superior de Educa
- Page 45 and 46: “Pensemos en el caso de Siza.(...
- Page 47 and 48: 5.1 - Casa Beires, Póvoa de Varzim
- Page 49 and 50: alargamento funciona como espaço d
- Page 51 and 52: Ainda acerca da casa Beires, ou cas
- Page 53 and 54: 5.2 - Intervenção SAAL em São Vi
- Page 55 and 56: existentes e os percursos antigos.
- Page 57 and 58: qual só resta o volume das habita
- Page 59 and 60: 5.3 - Casa Alcino Cardoso, Moledo d
- Page 61 and 62: através de uma quase prospecção
- Page 63 and 64: 6 - Percurso até à Natureza - Edu
- Page 65 and 66: Cardoso soluções projectuais que
- Page 67 and 68: clínica dentária na Rua do Amial
- Page 69 and 70: 6.1 - O Mercado de Carandá, Braga,
- Page 71 and 72: O projecto apresenta duas grandes
- Page 73 and 74: e gregas, onde as colunas permanece
- Page 75 and 76: onde a obra é pública e encontra-
- Page 77 and 78: 6.2 - A ruína no projecto“Testem
- Page 79: em Álvaro Siza e em Aldo Rossi, n
- Page 84 and 85: 74fig. 86 - Casa 2 em Nevogilde, Po
- Page 86 and 87: fig. 87 - “São Sebastiao”, And
- Page 88 and 89: fig. 90 - Desenho para o Concurso p
- Page 91 and 92: 6.5 - A ruína como justificação
- Page 93 and 94: 7 - OUTRA VISÃO - Fernando Távora
- Page 95: obsessão.” 92Sendo plausível fa
- Page 99: 8 - Conclusão“... cheguei à con
- Page 103 and 104: 9 - BibliografiaAAVV, Aldo Rossi: a
- Page 105 and 106: 10 - Créditos de imagensCapa - AAV
- Page 107 and 108: fig. 59 - MENDRISIO, Academia de ar