fig. 46 - Pormenor da casasrecuperadas em São Victorfig. 47 - Esquisso do espaço interior das casas recuperadas, ÁlvaroSizafig. 48 - Montagem do alçado do projecto de São Victor com um desenho do muro de A. Sizafig. 49 - Vista da intervenção SAAL em São Victor44
existentes e os percursos antigos. Como Alves Costa afirma “Siza abre o confronto e esta é asua concepção de participação” 53 .“Edifícios periféricos, já desabitados, são rigorosamente restaurados e adaptados a novoprograma mas, na reconstrução que desfrutasse, apenas, de uma fundação e murossemidestruídos, uma nova linguagem se sobrepõe à arquitectura preexistente, ambaspermitindo uma aproximação gradual a um desenho urbano que tende a superar, seja oscritérios de simples restauros, seja a eliminação física da cidade existente.” 54A construção consistiu num primeiro bloco em banda, com dois pisos, localizado no interiordo quarteirão, expressão de radicalidade. Quando necessário este bloco é atravessado porpercursos pedonais antigos. Recuperou ruínas de 4 casas antigas deixando as paredes, sinalde memória, completando-as com uma linguagem moderna. O projecto inicial compreendevárias intervenções: o bloco em banda de dois pisos, dois edifícios em banda paralelos, arecuperação de quatro casas em ruínas e uma casa que permite a entrada no interior doquarteirão.Ao nível da implantação mantém as entradas no limite exterior do quarteirão que forma como seu projecto. Mantém o carácter do interior do quarteirão para onde viram as traseirasdas casas que formam o seu limite, permitindo clarificar as relações urbanas de público eprivado. Nesta definição de cidade está presente uma reflexão crítica das directrizes da cidadeproduzida pelas regras do urbanismo moderno que iam sendo aplicadas na construção dosbairros camarários do Porto. No bairro de São Victor, além da implantação do edificado, e dotipo de intervenção em cada habitação, era essencial para a leitura do projecto de “cidade” omuro antigo mantido enquanto ruína que dá escala e controla o espaço público de acesso àscasas. Este muro conforma uma reinterpretação dos caminhos típicos das ilhas, à semelhançados caminhos relativamente à sua escala e funciona como suporte da memória colectiva.Para reforçar esta ideia, as próprias paredes divisórias dos módulos em banda avançam sobreo exterior fragmentando-se, tornando-se bancos, lembrando os antigos muros divisórios doslotes. O muro deixado como recordação reforça a modernidade do volume construído. Omuro recortado casualmente, fruto da passagem do tempo, as pedras e paramentos semidestruídossão testemunho dos tempos idos e dos novos tempos. O muro é um símbolo,é significado, é memória. Esta relação entre o novo e a ruína é consequência das críticasà utopia universalista e é nova como metodologia consciente de projecto. Siza deixa deacreditar na “ordem harmoniosa construída em compreensão/contemplação da natureza” 55e apercebe-se do cariz evolutivo das cidades e das culturas.O desenho desta intervenção não se resume apenas à intervenção descrita anteriormente, da53 Alexandre Alves Costa, A Ilha Proletária como Elemento Base do Tecido Urbano, in JA 204, p. 1454 Alexandre Alves Costa, A Ilha Proletária como Elemento Base do Tecido Urbano, in JA 204, p. 1355Alexandre Alves Costa, Reconhecer e Dizer, in Architécti nº 5, p. 10245
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