84fig. 95 - Planta actual da Quinta da Conceição e de Santiago, Leça da Palmeira, Fernando Távorafig. 96 - Vista do Casa dos 24 na sua relação com a Sé e a malha medieval, Porto, Fernando Távora
obsessão.” 92Sendo plausível falar da História como auxiliar de projecto, no sentido de estudo históricodos vários lugares em que o arquitecto intervém enquanto elemento fundamental para oarquitecto se tornar “seu habitante” (Siza), no Parque da Quinta da Conceição é um poucodiferente. No Parque a história que auxilia o projecto está presente nos restos do conventoque são manipulados e utilizados como material de construção. À semelhança das escadas edos caminhos os fragmentos do convento são utilizados como conformadores do parque e dapaisagem que Távora pretende construir. O arquitecto evoca o passado do lugar, da Quintada Conceição, suportando e relacionando-se com a memória sentida naquelas pedras enaqueles muros recortados pelo tempo.“(...) os monumentos devem dessacralizar-se no sentido de converter parte da cidade emtopografia e em material construtivo de que podem servir-nos.” 93Rossi apresenta uma nova visão dos monumentos e das zonas históricas. Assim como paraRossi as soluções dos problemas da actualidade não são diferentes das soluções aplicadasna arquitectura da cidade do passado, também para Távora a arquitectura abarca toda adimensão da memória, da evolução cultural do Homem. “Sem produzir novos modelos, cadaobra é um percurso de reflexão que do sítio abarca toda a cidade e, no sítio, fixa a forma, cadaforma.” 94 . Ou como também disse mais tarde Alves Costa: “... com uma postura próxima dasimplicidade com que os nossos mestres pedreiros sempre encararam a continuação oualteração das obras dos seus predecessores.(...) Távora trabalha e molda a preexistência,usa-a como matéria de projecto. Relê nela o fluir da história e, aceitando sobreposiçõesou aposições estilísticas ou de linguagem, usa de todos os meios para o clarificar.” 95 Esteartigo em 1998 retoma o tema que Távora anuncia desde o início da sua obra (após os seusprimeiros projectos “europeus” que reflectiam o discurso internacional que então chegava aPortugal). O Parque da Quinta da Conceição e a Casa de Ofir (1957/58) anunciam a terceiravia que Távora defende e desenvolve após o Inquérito à Arquitectura Popular. A terceiravia é na realidade a arquitectura no sentido mais puro. Uma arquitectura que é erudita epopular simultaneamente pretendendo voltar ao anonimato da intervenção e à aventura defazer cidade. Távora na Quinta da Conceição e na Casa dos 24 (2000) opta pela evocaçãoda memória dos sítios. Na Casa dos 24 tenta retomar a escala do confronto entre as duasmassas: a Sé e o seu projecto. Sem função definida a Casa dos 24 é escultura e arquitecturasimultaneamente, que cumpre desde logo o seu propósito: recusar o distanciamento entre92 Fernando Távora citado por Jorge Figueira, Fernando Távora - Coisa Mental (entrevista de Jorge Figueira),in Unidade 3, p. 10393 Aldo Rossi, Ciudad y Proyecto, in Proyecto y Ciudad Historica - I Seminário Internacional de Arquitecturaen Compostela, p. 1994 Alexandre Alves Costa, Alguns Fragmentos, in Fernando Távora (Catálogo de Exposição na Corunha),p. 5995 Alexandre Alves Costa, Alguns Fragmentos, in Fernando Távora (Catálogo de Exposição na Corunha),p. 6085
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