fig. 43 - Plano Geral da intervenção SAAL em São Victor, Porto, Álvaro Sizafig. 44 - Esquissos da intervenção SAAL em São Victor, Porto, Álvaro Sizafig. 45 - Vistas da intervenção SAAL em São Victor, Porto, Álvaro Siza42
5.2 - Intervenção SAAL em São Victor, Porto, 1974 - 77Como na “fractura” da Casa Beires, o contacto entre linguagens díspares volta a ser tema naintervenção SAAL no Quarteirão da Senhora das Dores.Esta intervenção realizou-se num quarteirão limítrofe à Rua de S. Vitor perto do Jardim de S.Lázaro. Este projecto é parte do Serviço Ambulatório de Apoio Local promovido por NunoPortas logo a seguir à Revolução de 25 de Abril de 1974, encontrando-se localizado numazona densamente habitada e caracterizada por uma grande quantidade de “ilhas”.Este projecto assim como a intervenção da Bouça na Rua da Boavista (1973-77) foram exemplosde participação da população na discussão do projecto, onde à luz de uma revolução políticatenta-se promover uma revolução cultural e de participação associativa. Porém neste estudoaborda-se a arquitectura e a sua relação com os terrenos contíguos e, a outra escala, coma própria cidade. Este projecto é de grande importância pelas experimentações realizadasao nível da recuperação/manutenção das ruínas existentes que fomentaram “actos defundação” 49, como diz Alves Costa, no caminho de arquitectos como Eduardo Souto Moura.“Se então já não podemos ter princípios primeiros para justificar a nossa actividade, o que nosresta para justificar os nosso projectos? Precisamente daquelas condições de pertencer(...),que nos são reveladas à medida que, ao passear no bairro reparamos que ali, havia uma loja,que ali, ali há vestígios, há ruínas, há histórias.” 50Os vestígios da memória do lugar suportam a intervenção radical ao nível tipológico emorfológico no “interior do quarteirão da Sra das Dores, onde as condições de natureza maisurbanística não prevalecem.” 51 A operação desenvolveu-se rapidamente após a expropriaçãodo terreno em causa para um parque de estacionamento com posterior protesto de algunshabitantes, inscrevendo-a no âmbito do projecto SAAL. Este projecto fazia parte de umavisão mais abrangente para o quarteirão inteiro, considerando “... a ilha como possívelestrutura de desenvolvimento da cidade” 52 . Álvaro Siza adopta uma linguagem inspiradanos bairros habitacionais de J. J. P. Oud ( Hoek van Holland (1937-38)), seguindo a imagemde uma modernidade que confrontada com os restos de uma outra cidade mais antiga (acamada arqueológica) parece actuar de modo cicatrizante nas feridas existentes. Como naCasa Beires, o momento da fractura torna-se o elemento de uma harmonia fundamentada noconflito. É o equilíbrio que importa. A modernidade presente no conjunto de casas em bandadisposto longitudinalmente em São Victor, contrasta com as ruínas preservadas, os muros49 Alexandre Alves Costa, Reconhecer e Dizer, in Architécti nº 5, p. 10150 Giani Vattimo citado por Paulo Martins Barata, Renovação de São Victor-SAAL Porto 1974-1977, inÁlvaro Siza - 1954-1976, p. 185-18651 Alexandre Alves Costa, A Ilha Proletária como Elemento Base do Tecido Urbano, in JA 204, p. 1352 Álvaro Siza citado por Alexandre Alves Costa, A Ilha Proletária como Elemento Base do TecidoUrbano, in JA 204, p. 1243
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