4 m 3 m 4 m3 m4 m4 m3 m4 m4 m5 m5 m5 m5 m5 m5 mfig. 37 - Planta piso dos quartos, Casa Beires, Póvoade Varzim, Álvaro Sizafig. 38 - Planta piso térreo, Casa Beires, Póvoade Varzim, Álvaro Sizafig. 39 - Esboço para Escola Paula Frassineti, Porto, Álvaro Siza38
alargamento funciona como espaço de acesso ao quarto sudeste. Todos os quartos abrempara a ruptura, para o plano envidraçado ondulante como que mostrando a sua intimidade eprivacidade. Nesta ruptura que Paulo Martins Barata diz ser “construção crítica”, produz um“comentário à banalidade demagógica do contexto urbano” 42 . A fractura apresenta-se comoum momento de ruptura não só com o contexto, mas também uma ruptura com o percursodo próprio arquitecto. Ao contrário das anteriores, esta obra de arquitectura é, como afirmaMartins Barata, “cosa mentale” 43 que separa no momento da sua génese, a construção e aforma arquitectónica. Perante a impossibilidade de construir a casa como resposta ao pedidodo cliente, Siza avança com um projecto de forte carácter conceptual, não tendo em atençãoas dificuldades de execução do detalhe. Portanto a crença de Siza na não-concretização doprojecto serve de teste a uma ruptura que se veio a concretizar. O projecto da casa Beires,exemplo notável da construção artesanal, é levado ao limite no seu virtuosismo. Esta casa e oprojecto para a Escola Paula Frassineti (1975), que nunca foi construído, pela sua semelhançaconceptual constituiram um momento de viragem no percurso do arquitecto. Siza abandonaráprogressivamente uma certa maneira de fazer arquitectura apoiada no detalhe e na construçãoartesanal, sendo a forma final directamente consequente da tecnologia disponível.Estas novas experiências de Álvaro Siza poderão ter sido influenciadas pelo livro de AldoRossi, “A Arquitectura da Cidade”, que na época tinha sido recentemente publicado.Como Rossi afirma no Seminário de Santiago de Compostela, “ El conocimiento de lo extraño,del “non self”, a través de la memoria, y por tanto la memoria y lo específico son para nosotrosaspectos esenciales...” 44 . Será este “conhecimento do estranho”, o elemento de excepção, avisão fragmentada da casa Beires ou da escola Paula Frassineti?A presença de elementos arquitectónicos que fogem ao puro funcionalismo lembram osjardins ingleses românticos nos quais edifícios explodidos para criar falsas ruínas serviampara desenhar a paisagem. Uma paisagem que é um educar da paisagem psicológica doshabitantes, mais do que visão da natureza. Como referido no capítulo anterior sobre a ruínae memória, sabemos que a memória é facilmente educável e que pode ser fruto do sonhosurrealista. Siza Vieira utiliza em vários trabalhos esta espécie de memória inventada quemesmo sendo fruto do imaginário do arquitecto prolonga a memória real que é condenada adesaparecer pelo Tempo. O arquitecto com plena consciência desse mesmo facto diz: “Hitlerescreveu que para destruir um povo, para nele apagar a consciência de si próprio, bastadestruir os seus monumentos, o meio físico a partir do qual ele se identifica.” 4542 Paulo Martins Barata, Casa Beires - Póvoa de Varzim, 1973-1976, in Álvaro Siza - 1954-1976, p.16443Peter Testa citado por Paulo Martins Barata, Casa Beires - Póvoa de Varzim, 1973-1976, in ÁlvaroSiza - 1954-1976, p. 16444 Aldo Rossi, Ciudad y Proyecto, in Proyecto y Ciudad Historica - I Seminário Internacional de Arquitecturaen Compostela, p. 1845 Álvaro Siza in JN (1980), A cidade que Temos, in As Cidades de Álvaro Siza39
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