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A CONFISSÃO DE LÚCIO

Untitled - Luso Livros

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Então resolvi, pelo menos, saber de qualquer forma quem era o habitante doprediozinho verde. Repugnavam-me muito as diligências suspeitas, mas nãodescera eu já a seguir Marta?Assim, enchi-me de arrojo e determinei ir perguntar pelas cercaniasinformações sobre o que eu desejava averiguar, mesmo em último caso aoporteiro — se é que o prédio tinha guarda-portão.Escolhi a manhã de um domingo para as minhas investigações, dia em que eue Marta só nos encontrávamos em casa do poeta, que todas as tardes dedomingo nos levava a passear no seu automóvel, o qual então — estávamosem 1899 — fazia grande sucesso em Lisboa.Porém, ao dobrar a rua transversal que levava à avenida onde era o prédiomisterioso, tive um gesto de despeito: Ricardo caminhava na minha frente.Não me pude esconder. Ele vira-me já, não sei como:— Hem? Tu por aqui a estas horas?… — gritou admirado.Reuni as minhas forças para balbuciar:— É verdade… Ia a tua casa… Mas lembrei-me de ver estas ruas novas…Ando tão aborrecido…— Do calor?

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