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psicología social: perspectivas y aportaciones hacia un mundo posible

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322 Psicología <strong>social</strong>: <strong>perspectivas</strong> y <strong>aportaciones</strong> <strong>hacia</strong> <strong>un</strong> m<strong>un</strong>do <strong>posible</strong>esquecimento ou, pelo contrário, impele ao reconhecimento das obras então produzidas. Atendamosao alerta do autor, para não acreditarmos numa visão ptolomaica da criatividade, que colocao sujeito dito criativo no centro de tudo, e adoptarmos a visão coperniciana que apela a múltiplasinfluências, em que o sujeito isolado perde toda a primazia.A teoria da confluência de Sternberg & Lubart (1991) partilha o mesmo quadro de referênciateórico e assim se torna compreensível a imprescindibilidade de termos em conta o conhecimento(o nível de conhecimento necessário a uma nova perspectivação dos problemas); as capacidades intelectuais(onde se incluem as formas de pensamento divergente e a forma persuasiva de convenceros outros da validade e valor das nossas ideias); os estilos de pensamento (judicial, legislativo ouexecutivo); a personalidade (associada ao sentido de auto-eficácia, auto-estima, ass<strong>un</strong>ção de riscose tolerância à ambiguidade); a motivação intrínseca e os estados de fluência, sem que as recompensasextrínsecas constituam o propulsor da actividade; e claramente a presença de uma ambientesócio-cultural que saiba reconhecer, apoiar e valorizar o produto apresentado.Assim, torna-se inevitável que os modelos mais actuais de sobredotação e de criatividade exigam,na maioria das vezes, capacidades intelectuais bastante acima da média, aliadas a todo umoutro conj<strong>un</strong>to de características cognitivas, motivacionais, afectivas e contextuais na emergênciados produtos mais criativos, mas a incidência sobre o sujeito, em todas as suas dimensões, é provavelmenteuma das mais fascinantes.Bafejados por um dom divino, detentores de um cérebro maior ou diferente, ou apenas dotadosde uma persistência e resiliência notáveis, alg<strong>un</strong>s exemplares da nossa espécie parecem subir omais alto degrau da condição e desenvolvimento humanos. Se a ascensão a esse degrau supremo sefaz por uma minoria de sujeitos, e se nesse sentido podemos afirmar que a distribuição de produtosé altamente elitista (Simonton, 1988), haverá certamente patamares intermédios ao alcance de ummaior número de sujeitos, maior do que poderíamos supor. O patamar supremo é aquele ondeuma Gioconda, uma 9ª Sinfonia ou uma teoria da relatividade se situam. Estaremos a referir-nos aalg<strong>un</strong>s dos maiores génios e, portanto, criativos, de todos os tempos. Essas obras, que assumemum significado quase <strong>un</strong>iversal, seriam o reflexo de um nível mais extremado de sobredotação aque a criatividade, em todo o seu esplendor, se encontra indissociavelmente ligada (Renzulli, 1998;Gardner, 1995; Alencar, 1986).Se a genialidade parece estar indiscutivelmente associada à criatividade, constituirá essa excelênciaa única face de um fenómeno revelador de alguma supremacia? E a excelência que tantasvezes parece adivinhar-se e que não chega a concretizar-se? E a excelência menos criativa? E aexcelência menos motivadora na sua origem?Quem são afinal estes mais capazes e que patamares parecem agora estar a adivinhar-se?Sejamos mais claros: o conceito de sobredotação apela a uma ideia de superioridade, mas essasuperioridade continua por definir, para além de ainda não sabermos se pode coexistir com algumaforma de debilidade.Winner (1996) defende a existência da precocidade, da autonomia e da motivação intrínseca,basilares na definição da sobredotação.A defesa da precocidade não é <strong>un</strong>ânime, já que alg<strong>un</strong>s estudos teriam evidenciado a ausênciade sinais precoces no desenvolvimento de uma larga amostra de adultos proeminentes (Goertzel,1978, cit. por Freeman & Guenther, 2000), para além dos casos de Einstein, Churchill, Tolstoi, Kafka

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