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psicología social: perspectivas y aportaciones hacia un mundo posible

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(Re)pensar a sobredotação. a necessária excelência no f<strong>un</strong>cionamento?323e Proust serem apontados, inclusivamente, como detentores de algumas dificuldades (Csikszentmihalyi,1998). Contudo, Winner (1996) alerta-nos para o facto de nem sempre ser possível os sujeitosdistinguirem-se desde cedo em certas áreas com as quais irremediavelmente apenas entram emcontacto em períodos mais tardios da sua vida, tais como a medicina ou o direito. De facto, exceptuandocertos domínios altamente estruturados, como o xadrez e a música, torna-se difícil prever,antes dos cinco anos de idade, as áreas em que os sujeitos se irão destacar (Feldman & Goldsmith,1991). Por outro lado, devemos ter presente que outras características podem ser reveladoras dealguma excepcionalidade. Csikszentmihaly (1998) aponta a curiosidade e o interesse numa idademuito precoce como características acentuadas de 100 grandes criativos por si estudados. De formasemelhante, Walberg (1988) aponta os elevados níveis de motivação, de perseverança, de versatilidade,de aptidões sociais e de com<strong>un</strong>icação de cerca de 200 sujeitos eminentes, no período dasua infância.A autonomia revela-se na capacidade para proceder a aprendizagens sem o sustentáculo contínuoe estruturado que uma escola normalmente providencia. Assim, por exemplo, uma criança queaprende a ler, num mês, aos 3 anos de idade, porque os pais foram respondendo às sua perg<strong>un</strong>tasque visavam a identificação das letras e de algumas palavras, em nada se pode comparar com aaquisição da leitura que leva alg<strong>un</strong>s meses quando as crianças de 6 anos ingressam no primeiro anode escolaridade com um sistema de ensino altamente estruturado e contínuo.A motivação é claramente uma motivação intrínseca envolvendo a capacidade de persistir nosesforços para explorar uma determinada área do conhecimento. Essa capacidade de trabalho ede resistência à adversidade, pela procura de uma gratificação que se afigura ainda longínqua,são impossíveis de ser induzidas pela simples insistência de terceiros. Ainda, a ass<strong>un</strong>ção de riscosintelectuais face aos problemas mais complexos e ambíguos, os estados de fluência, representativosde um estado de alheamento face ao exterior, de perda de auto-consciência, permitem que ossujeitos cheguem mais alto e mais cedo a certos patamares no percurso do seu desenvolvimento(Csikszentmihalyi, 1998). A teoria do fluxo de Csikszentmihalyi (1997) é bem elucidativa ao revelaros estados de prazer retirados do envolvimento dos sujeitos nas suas diversas actividades, tais comoo xadrez, a dança, a composição, a arte, a ciência ou o atletismo, independentemente do dinheiroou da fama. Este prazer é uma sensação única denominada de fluir. É o fluir de uma novidade, deuma descoberta, num percurso sem esforço, com metas traçadas, num equilíbrio de forças entre asdificuldades e as capacidades, onde a distracção não tem lugar, mas apenas o sentimento de se fazeralgo a 100%, sem medo do fracasso, com obnubilação da consciência, do próprio Eu ou do tempoexterior, tornando-se a actividade claramente autotélica.Renzulli (1998, 1999), no seu modelo dos 3 aneis, sobrepõe-se parcialmente às ideias anteriormenteapresentadas. Na sua definição de sobredotação deveremos exigir, simultaneamente, umaelevada aptidão, uma elevada motivação e uma elevada criatividade. Entenda-se aptidão, comoaptidão geral ou específica, situada muito acima da média e impossível de modificar pela acção domeio. Elevada motivação, ou motivação intrínseca a que já fizemos alusão. Elevada criatividade,pelo menos enquanto qualidade de pensamento divergente. Atenda-se ao facto do autor considerarpassíveis de manipulação e desenvolvimento, quer a motivação, quer a criatividade, pela acção deum meio que se apresente como propiciador de experiências de contacto com as mais diversasáreas do saber e enquanto estimulante e significativo para os sujeitos considerados.

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