14.04.2013 Views

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Importante e significativa é a preocupação <strong>de</strong> Manuel da Maia pela<br />

uniformização da nova cida<strong>de</strong> ao sugerir que seja o mesmo arquitecto, Eugénio<br />

<strong>do</strong>s Santos, a fornecer o <strong>de</strong>senho <strong>do</strong>s edifícios “para que cada rua conserve a<br />

mesma simetria <strong>de</strong> portas, janelas e alturas”, preocupação e linguagem que<br />

recordam as antigas Cartas Régias 6 .<br />

Fazemos aqui, então, um paralelo entre a estética das fazendas sul-mineiras<br />

e o estilo chão português, no qual as fachadas eram compostas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

simples e austero, usan<strong>do</strong> ape<strong>nas</strong> a própria marcação rítmica da estrutura. Há<br />

uma valorização <strong>do</strong> elemento construtivo, um <strong>de</strong>spojamento <strong>de</strong>corativo. Tu<strong>do</strong><br />

o que aparece na fachada é essencial à estrutura. Essa vertente abstratizante da<br />

arquitetura portuguesa encontra <strong>nas</strong> fazendas uma expressão plástica radical.<br />

O Re<strong>nas</strong>cimento não gerou em Portugal séries tipológicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

perenida<strong>de</strong>. A influência clássica passou a ser sentida por meio <strong>de</strong> uma<br />

estandardização <strong>de</strong> seus elementos, usa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira quase neutra.Tal influência<br />

também se nota no raciocínio <strong>de</strong> composição regular e ritmada das fachadas, na<br />

distribuição matemática <strong>do</strong>s cheios e vazios, no alinhamento e marcação clara das<br />

aberturas. Essas características, tão comuns na arquitetura feita em Portugal <strong>–</strong> e<br />

fora <strong>de</strong>le, como veremos <strong>–</strong>, são permanências <strong>de</strong>sse saber fazer clássico.<br />

As preceptivas clássicas, aliadas ao espírito pragmático, geraram um tipo <strong>de</strong><br />

arquitetura facilmente exequível e i<strong>de</strong>ntificável, conveniente para a<br />

circunstância. Essa arquitetura <strong>de</strong> fácil apreensão passou a ser reproduzida em<br />

toda a América portuguesa, conferin<strong>do</strong>-lhe uma unida<strong>de</strong> arquitetônica usada<br />

I n t e n ç ã o p l á st i c a e p re c e i t o s e st é t i c o s<br />

Figura 6 - Projeto para Barcellos na<br />

Amazônia Brasileira. Desenho: Filipe<br />

Strum. Fonte: Biblioteca Nacional.<br />

117

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!