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VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

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As áreas que mais tar<strong>de</strong> viriam a ser chamadas <strong>de</strong> Mi<strong>nas</strong> Gerais foram<br />

percorridas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro século após o <strong>de</strong>scobrimento <strong>do</strong> Brasil, como<br />

mostram alguns registros <strong>de</strong> incursões territoriais.<br />

A tradição também nos informa que por aquela região teria passa<strong>do</strong>, em 1596, o<br />

ban<strong>de</strong>irante João Pereira <strong>de</strong> Souza Botafogo, sem, no entanto, ficar bem estabelecida<br />

a sua rota. Outros que se aventuraram, ainda no século XVII, foram Jerônimo da<br />

Veiga, em 1643; Sebastião Macha<strong>do</strong> Fernan<strong>de</strong>s Camacho, entre 1645 e 1648,<br />

em busca das mi<strong>nas</strong> <strong>de</strong> prata, e o próprio Fernão Dias Paes, em 16743 .<br />

Os primeiros ranchos e roças eram estabeleci<strong>do</strong>s em posições<br />

intermediárias <strong>de</strong> penetração e permitiam aos ban<strong>de</strong>irantes o <strong>de</strong>scanso e a<br />

obtenção <strong>de</strong> alimentos, dan<strong>do</strong> apoio aos grupos que avançavam mais sertão<br />

a<strong>de</strong>ntro. Essas empreitadas, porém, não contribuíram para o povoamento da<br />

região, nem por paulistas e muito menos pelos indíge<strong>nas</strong>, que migraram para<br />

áreas mais distantes.<br />

Várias entradas foram feitas naquelas paragens: pelo Norte, vin<strong>do</strong>s da Bahia;<br />

pelo Leste, <strong>do</strong> Espírito Santo; e pelo <strong>Sul</strong>, oriundas <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

principalmente <strong>de</strong> São Paulo. Nenhuma <strong>de</strong>ssas incursões que andavam em busca<br />

<strong>de</strong> riquezas minerais ou caçan<strong>do</strong> indíge<strong>nas</strong> promoveu o povoamento <strong>do</strong> território.<br />

Pelo contrário, esta última ativida<strong>de</strong> concorreu para o seu <strong>de</strong>spovoamento com o<br />

<strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s silvícolas aprisiona<strong>do</strong>s como escravos para as fazendas <strong>de</strong> São<br />

Paulo ou para a criação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> e/ou engenhos <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste açucareiro4 .<br />

Essa primeira fase da conquista territorial praticamente não <strong>de</strong>ixou<br />

vestígios <strong>de</strong> arquitetura; sabe-se, entretanto, que os pequenos abrigos chama<strong>do</strong>s<br />

“ranchos” eram muito precários, como <strong>de</strong>screve Sylvio <strong>de</strong> Vasconcellos:<br />

O rancho era uma peça única e servia <strong>de</strong> abrigo coletivo. Nele moravam o chefe e<br />

seus servi<strong>do</strong>res. Havia ranchos com cobertura <strong>de</strong> uma água ou <strong>de</strong> duas águas. Os<br />

<strong>de</strong> uma água, geralmente, tinham um <strong>de</strong> seus la<strong>do</strong>s apoia<strong>do</strong>s sobre barrancos altos<br />

e, o outro, sobre esteios rústicos, <strong>de</strong> forma cilíndrica. Os ranchos maiores eram <strong>de</strong><br />

duas águas. To<strong>do</strong> o ma<strong>de</strong>iramento era roliço e tosco. A cobertura feita <strong>de</strong> fibras<br />

vegetais como o sapé, folhas <strong>de</strong> palmeiras ou outros tipos <strong>de</strong> fibra. O piso era <strong>de</strong><br />

terra batida; no centro, havia uma trempe sobre braseiro; nos cantos, eram coloca<strong>do</strong>s<br />

os jiraus para <strong>do</strong>rmir. Quan<strong>do</strong> havia muitos ocupantes, esses se espalhavam pelo<br />

chão sobre esteiras e couros, pois em Mi<strong>nas</strong> não foi muito difundi<strong>do</strong> o uso da re<strong>de</strong>5 .<br />

S e rt ã o e t e r r i t ó r i o<br />

Figura 4 - Mapa geral, 1735 / Brasil,<br />

1735. Note a representação <strong>de</strong> uma lagoa<br />

na <strong>nas</strong>cente <strong>do</strong> Rio Paraguai. Fonte:<br />

Biblioteca Nacional.<br />

Figura 5 - Mapa geral, 1704 / Brasil,<br />

1704. Note a representação <strong>de</strong> lagoa na<br />

<strong>nas</strong>cente <strong>do</strong> Rio São Francisco e alaga<strong>do</strong><br />

no Pantanal. Fonte: Biblioteca Nacional.<br />

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