14.04.2013 Views

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

16<br />

Figura 2 - Mapa geral, 1706 / Brasil<br />

(Norte), 1706 / Guiana, 1706. Note a<br />

notação Parime Lacus ao sul das Guia<strong>nas</strong>.<br />

Fonte: Biblioteca Nacional.<br />

Figura 3 - Mapa geral, 1726 / Brasil,<br />

1726. Ver a notação Great Lake na<br />

<strong>nas</strong>cente <strong>do</strong> Rio São Francisco. Fonte:<br />

Biblioteca Nacional.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> comunicação acompanhou o<br />

povoamento que, em sua incipiente interiorização, gerou um padrão<br />

basicamente homogêneo caracteriza<strong>do</strong> pela ausência <strong>de</strong> conexões<br />

intermediárias expressivas e constituí<strong>do</strong> por vetores autônomos na<br />

forma <strong>de</strong> vias terrestres ou fluviais, com duas extremida<strong>de</strong>s básicas <strong>–</strong><br />

o sertão e o litoral <strong>–</strong> e ten<strong>do</strong> a via marítima como único eixo capaz <strong>de</strong><br />

conferir-lhes unida<strong>de</strong>1 .<br />

Muito <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>sses caminhos foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelas<br />

condições físicas da geografia brasileira, especialmente o relevo e<br />

a hidrografia. As penetrações no interior da América portuguesa,<br />

em várias partes <strong>do</strong> território, foram feitas sobretu<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s rios,<br />

nomeadamente o Amazo<strong>nas</strong>, o São Francisco e o complexo <strong>do</strong> Prata. Os mapas<br />

da época evi<strong>de</strong>nciam essas penetrações por via fluvial: há mais informações e<br />

da<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s cursos <strong>do</strong>s rios <strong>do</strong> que <strong>nas</strong> áreas intermediárias.<br />

Também contribuiu para a penetração no interior <strong>do</strong> continente a<br />

existência <strong>de</strong> rotas milenares estabelecidas por povos indíge<strong>nas</strong>. Por causa <strong>de</strong><br />

sua posição <strong>de</strong> isolamento em relação ao litoral e, consequentemente, à<br />

metrópole, os paulistas <strong>de</strong>senvolveram no planalto um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida próprio,<br />

diverso <strong>do</strong> que se observou <strong>nas</strong> <strong>de</strong>mais regiões da colônia, bastante mescla<strong>do</strong><br />

com a cultura indígena. Com os índios apren<strong>de</strong>ram a andar em fila, <strong>de</strong>scalços,<br />

e assim assimilaram seu milenar conhecimento da terra. Muito mais <strong>do</strong> que a<br />

força <strong>de</strong> trabalho, os índios foram transmissores <strong>de</strong> conhecimento, essenciais à<br />

empresa paulista.<br />

Algumas das rotas indíge<strong>nas</strong> percorridas por paulistas foram a trilha <strong>do</strong>s<br />

Tupiniquins, <strong>de</strong> São Paulo até o sertão <strong>do</strong>s Patos; a trilha Guarani, <strong>de</strong> Cananeia<br />

a Iguaçu, e o caminho <strong>do</strong> Peabiru, <strong>do</strong> litoral ao rio Paraná e, <strong>de</strong> lá, ao Peru2 . A<br />

existência <strong>de</strong> trilhas pré-cabrali<strong>nas</strong> explica a rapi<strong>de</strong>z da penetração na América<br />

portuguesa.<br />

Além <strong>do</strong>s conhecimentos indíge<strong>nas</strong> assimila<strong>do</strong>s pelos paulistas, outro fator<br />

facilitou as entradas no sertão: na capitania <strong>de</strong> São Vicente, ao contrário das<br />

<strong>de</strong>mais, há rios que correm no senti<strong>do</strong> interior e não no senti<strong>do</strong> litoral. Após<br />

vencer as escarpas da serra <strong>do</strong> Mar, a poucos quilômetros <strong>do</strong> litoral, os<br />

paulistas penetraram no interior <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> os rios Tietê e Paraíba <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>. A<br />

“paulistânea”, como batizou o professor Antonio Candi<strong>do</strong> (1979), abrangia<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, Su<strong>de</strong>ste e Centro-Oeste brasileiro.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!