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VOL 2 – Arquitetura nas Fazendas do Sul de Minas ... - Monumenta

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<strong>do</strong> forro. Isso <strong>de</strong>monstra que havia tecnologia<br />

para solucionar o problema da captação e<br />

condução das águas pluviais naquele rincão e<br />

que a “perna <strong>do</strong> L”, portanto, era concebida<br />

junto com toda a construção e não<br />

posteriormente.<br />

Os beirais são sustenta<strong>do</strong>s<br />

por cachorros coloca<strong>do</strong>s na posição<br />

horizontal, sambla<strong>do</strong>s à meia ma<strong>de</strong>ira aos frechais e<br />

contraventa<strong>do</strong>s por um pau roliço chama<strong>do</strong> retranca. Há, na parte<br />

inferior <strong>do</strong> telha<strong>do</strong>, uma inflexão que amacia o ângulo forma<strong>do</strong> pelos<br />

caibros no ponto em que interceptam o plano forma<strong>do</strong> pelos cachorros <strong>–</strong> é<br />

o galbo <strong>do</strong> contrafeito. Ten<strong>do</strong> a função <strong>de</strong> projetar as águas provenientes <strong>do</strong><br />

telha<strong>do</strong> mais longe das pare<strong>de</strong>s, prolongan<strong>do</strong> os beirais sem prejudicar a<br />

iluminação, essa inflexão acaba também suavizan<strong>do</strong> o volume da casa.<br />

A dupla inclinação <strong>do</strong> telha<strong>do</strong> acabou se tornan<strong>do</strong> uma característica<br />

marcante da arquitetura <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> colonial. A técnica, trazida ao Brasil pelos<br />

portugueses, tem clara influência oriental e foi introduzida em Portugal através<br />

<strong>do</strong> Algarve, difundin<strong>do</strong>-se preferencialmente <strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s portuárias. Como<br />

notou Orlan<strong>do</strong> Ribeiro:<br />

A capital, necessariamente mais ligada à vida europeia <strong>do</strong> seu tempo, aceitaria<br />

com dificulda<strong>de</strong>s um elemento <strong>de</strong>sta origem. Ainda assim, os beirais arrebita<strong>do</strong>s<br />

e os ornatos <strong>do</strong>s ângulos <strong>do</strong>s telha<strong>do</strong>s, tão frequentes em casas velhas lisboetas,<br />

parecem filiar-se a influências orientais. A partir da cida<strong>de</strong> se teriam difundi<strong>do</strong><br />

no seu termo, tanto em quintas como em humil<strong>de</strong>s casais saloios, que imitavam<br />

aquelas construções prestigiosas4 .<br />

T é c n i c a c o n st ru t iva<br />

Figura 39 - Perspectiva: encontro <strong>do</strong><br />

caibro, cachorro e frechal: repare que os<br />

caibros ficam <strong>de</strong>sencontra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

cachorros. Desenho: CFC.<br />

Figura 40 - Encontro <strong>do</strong> pau <strong>de</strong> cumeeira<br />

e esteios da cobertura. Desenho: CFC.<br />

Figura 41 - Corte no beiral: caibro,<br />

cachorro, frechal e galbo <strong>do</strong> contrafeito.<br />

Abaixo: cachorro frente e la<strong>do</strong> mostran<strong>do</strong><br />

entalhe em “peito <strong>de</strong> pombo”. Desenho:<br />

CFC.<br />

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