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Ensaio sobre o Sacrifício - WESLEY CARVALHO

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II4<br />

18 Sobre a aliança pelo sangue e a maneira como foi associada ao sacrifÍcio,<br />

ver Smith 1889, lect. IX; Trumbull 1893.<br />

19 Sobre a consagração dos cabelos, ver Wilken 1884; Smith 1889, lect.<br />

IX: 324-ss; Hartland 1894-96, II: 215.<br />

20 LevÍtico II, I -ss; VI, 7-ss; IX, 4-ss; X, I 2-SS;Ezequiel XXIII, 18; XXXIV, 25;<br />

Amós IV, 5. A minhâ cumpre de tal maneira a função de qualquer outro<br />

sacrifício que uma minhâ sem óleo nem incenso substitui um hattât e<br />

porta o mesmo nome (Levítico v, I I). Com freqüência se falou de mi­<br />

nhâ no sentido geral de sacrifício (ex.: I Reis XVIII, 29). Inversamente,<br />

na inscrição de Marselha a palavra zebah é aplicada com o sentido de<br />

minhâ a oblações vegetais: c.r.S. 165, I. 12; I. 14; 167, 1.9 elo.<br />

2I LevÍtico II.<br />

22 Aristófanes, Pluto, 659-SS; Stengel 1898: 89-SS.<br />

23 Porfírio, De Abstinentia II, 29; Diógenes Laércio VIII, 13 (Delos); Sten­<br />

gel 1898: 92; Plínio, N. II, XVIII, 7; Scho!' Pers. II, 48.<br />

24 R. Smith (1889: 230-SS) chega a ver nas libações de vinho e óleo dos<br />

rituais semÍticos equivalentes do sangue das vítimas animais.<br />

25 Bernhard 1885; Fritze 1893.<br />

26 VT)cpaÀlU e flEÀLXOUTOV.Ver Stengel 1898: 93, I I I; Frazer 1898, III: 583.<br />

27 Stengel 1898: 99. Nos costumes atuais, uma libação com aguardente<br />

às vezes substitui antigos sacrifícios (cf. Bahlmann 1898: 341; Sartori<br />

1891: 25)·<br />

28 Ver os textos citados por Hillebrandt (1879: 42-43).<br />

29 Será que essas oferendas vegetais substituíram os sacrifícios sangren­<br />

tos, como o queria a fórmula romana "In sacris simulata pro veris accipi"<br />

(Servius, Ad. k:n.[<strong>sobre</strong> a Eneida de Virgílio] lI, 116; Festus 360, b)?<br />

Certamente era cômodo imaginar uma passagem progressiva do sacrifício<br />

humano ao sacrifício animal, deste ao sacrifício de estatuetas<br />

que representavam animais e daí às oferendas de bolos. É possível<br />

que em alguns casos, aliás mal conhecidos, a introdução de novos<br />

rituais tenha produzido essas substituições. Mas nada autoriza gene­<br />

ralizar esses fatos. A história de alguns sacrifícios apresenta mesmo<br />

uma sucessão inversa. Os animais moldados em massa sacrificados<br />

em algumas festas agrárias são imagens de demônios agrários, e não<br />

simulacros de vítimas animais. Mais adiante, a análise dessas cerimônias<br />

mostrará as razões disso.<br />

3° Resulta dessa definição que há analogias e diferenças entre a pena reli­<br />

giosa e o sacrifício (ao menos o sacrifício expiatório). A pena religiosa<br />

implica igualmente uma consagração (consecratio bonomm et capitis) e<br />

também é uma destruição que resulta dessa consagração. Os ritos são<br />

bastante semelhantes aos do sacrifício para que R. Smith tenha visto<br />

neles um dos modelos do sacrifício expiatório. Só que no caso da pena<br />

a manifestação violenta da consagração se aplica diretamente ao sujeito<br />

que cometeu o crime e que o expia ele próprio; no caso do sacrifício<br />

expiatório, ao contrário, há substituição e é <strong>sobre</strong> a vítima que incide a<br />

expiação, não <strong>sobre</strong> o culpado. Todavia, como a sociedade é contaminada<br />

pelo crime a pena é ao mesmo tempo um meio de lavar o que foi man­<br />

chado. Assim, o culpado cumpre em relação a ela o papel de uma vítima<br />

expiatória. Pode-se dizer que há ao mesmo tempo pena e sacrifício.<br />

3 I Ver Müller si d: LXIII; Kât.çr.sú. I, 2, 10, 12 e comento de Mahidh ad loc.,<br />

esp. p. I I; cf. Kulluka ad Manu, 2, 25; Vedânta Sâra, 7-ss (ed. Bothlingk,<br />

in Sanskrit-Chresto, 254-55). Essa classificação parece ser atestada apenas<br />

por autoridades bastante recentes, enquanto as outras remontariam aos<br />

textos mais antigos. Mas de fato ela se verifica. Primeiro, nas coleções<br />

liturgicas que distinguem das fórmulas regulares (yajus) as dos ritos fa­<br />

cultativos (kâmyestiyajyâs) e as dos ritos expiat6rios (prayaçcittâni). Tam­<br />

bém se verifica nos bramanas, que (no Taitt.Br., por exemplo) dedicam<br />

longas seções tanto às expiações quanto aos votos particulares e aos<br />

sacrifícios. Enfim, os sutras distinguem os ritos em constantes (nilyâ­<br />

ni), obrigatórios e periódicos, e em facultativos (kamyâni), ocasionais<br />

(naimittikâni) e expiatórios (prayaçcittâni). Essas divisões são conhecidas<br />

tanto pelo ritual solene quanto pelo ritual doméstico (cf. Oldenberg,<br />

in S.B.E. xxx: 3°6-07). Esses textos contêm igualmente passagens relati­<br />

vas aos ritos curativos (bhaisajyâni) paralelos àqueles mencionados pelo<br />

Kauçika sútra (Adh. III, ed. Bloomfield, 1890)' Isso mostra que desde o<br />

princípio os sacrifícios foram de fato repartidos segundo essa divisão,<br />

que só mais tarde se tornou consciente.<br />

32 O vâjapeya (Weber 1892: 765-ss; Hillebrandt 1890, I: 247).<br />

II5

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