Ensaio sobre o Sacrifício - WESLEY CARVALHO
Ensaio sobre o Sacrifício - WESLEY CARVALHO
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13°<br />
ção da vítima verificam-se com bastante freqüência (Paton 189 1.4°,<br />
9; na AssÍria, Inscrição de Sippora, IV, 32).<br />
170 Taitt.S. 1,3,7, I; 6,3,6, 1,2; Ap.çr.sú, VII, 12,6;. V.S. 6, 5; Maitr.S. 5,<br />
3,9,6; Çat.Br. 3, 7, 3, 9-ss; Kât.çr.sú. 6,3,19,<br />
171 Ap.çr.sú, VII, 12,6. O deus, no presente caso, é Prajâpati-Rudra (cr.<br />
Taitt.S. 3, 1,4, I, comentado por Taitt.S. 3, 1,4,5). Essa invocação<br />
não é praticada por outras escolas.<br />
172 Cr. Marquardt 1843-64: 1]5; Frazer 1890, lI: I IO-SS. Isso era ainda<br />
mais natural quando se tratava de uma vítima humana (cr. Servius, ad<br />
JEn. III, 57; EurÍpedes, Heraclidas, Sso-ss; Fenícias 890; Ath. XIII, 602;<br />
Chavero s/d: 610; Maepherson 1865: 146) e muito mais quando a<br />
vítima era um deus.<br />
173 Ap.çr.sú. VII, 13-8. O mantra é Taitt.S. 1,3,8, I, comentado em 6,3,<br />
6, 3: "dhsra manusa", "fortalece-te, ó homem!". Uma outra tradição<br />
(v.s. VI, 8; Çat.Br. 3,7,4, I) quer que a fórmula se dirija ao animal:<br />
"dhsra manusâm", "fortalece os homens". Acreditamos, contrariamente<br />
à opinião de Schwab (1896: 8 I, n. 2), que o texto dos Taittiriyas está<br />
mais fundado na natureza do rito. Os Vâjasaneyins representam, tanto<br />
aí como noutras partes, uma tradição mais depurada e racionalizada.<br />
A aproximação com R. V. 1,63,3 não prevalece.<br />
Ap.çr.sú. VII, 13,9 e comento Dizem-lhe: "Es um bebedor de água" (v.s.<br />
VI, 10 a; Taitt.S. I, 3, 8, I). Ludwig [Schlãfli] (ad R.V. X, 36, 8; cr.<br />
Schlãfli 1876-88, IV: 233) pensa (cf. Sây. ad Taitt.S.) que o sentido é:<br />
"Tem sede de água". Mas o sentido que adotamos é o indicado em çat.<br />
Br. 3, 7, 4, 6 (cf. Taitt. S. 6, 3, 6, 4 final, bem como os comento em v.s.,<br />
loco cit., e em Kât.çr.sú. 6,3,32). Ao se fazer o animal beber, este se<br />
torna interiormente puro. Assim, também o sacrificante enxágua a<br />
boca antes do sacrifício.<br />
Ap.çr.sú. VII, 13-10.<br />
Fritze 1897: 255-ss. Stengel pensa que os ouÀal são o pão da refeição<br />
divina. Em Mégara, no sacrifício a Tereus, os ouÀai eram substituídos<br />
por seixos (Pausânias I, 41, 9; cr. Lefébure 1897: ISI; 1898: 15).<br />
Na Sicília, os companheiros de Ulisses, ao sacrificarem três bois ao<br />
sol, serviram-se de folhas em vez de ouÀal (Pausânias lI, 9, 4). O<br />
lançamento de ouÀal pode ser um meio de comunicação entre o sa<br />
crificante e a vítima, ou ainda uma lustração fecundante comparável<br />
ao lançamento de grãos <strong>sobre</strong> a noiva.<br />
177 E a cerimônia do paryagnikryia, o andar em círculo com o fogo (Ap.<br />
çr.sú. VII, 15, I). O rito é com certeza da mais alta antigüidade, pois<br />
o sacerdote (o maitravaruna, cr. Weber 1865: 188) repete (Acv.çr.sú. lI,<br />
2, 9-SS) o hino R. v. IV, 5, 1-3 (ver trad. e notas de Oldenberg in S.B.E.<br />
XLVI). O sentido do rito é tríplice. Primeiramente, é um giro do fogo,<br />
de Agni, deus-sacerdote dos deuses, depositário dos tesouros, que<br />
sacramenta a vítima e a conduz aos deuses mostrando-lhe o caminho<br />
- tal é o sentido dos três versos do R. v. empregados nessa ocasião e<br />
compostos especialmente para ela (Ait.Br. 6, 5, I; 6, I I, 3). A vítima<br />
é assim divinizada (Taitt.S. 6,3,8,2; Çat.Br. 3, 8, 1,6). Em segundo<br />
lugar, é um simples círculo mágico: afastam-se os demônios que ro<br />
deiam, como os deuses, a vítima. Finalmente, é um giro ritual bom,<br />
feito da esquerda para a direita, no sentido dos deuses (Baudhayana<br />
çulbaparibhâsa-sútra lI, 2, apud Caland 1896), que possui uma virtude<br />
mágica por si mesmo. Sobre a questão do andar em círculo em torno<br />
das vítimas, ver Simpson 1896, a respectiva resenha que fizemos<br />
em Ann~e Sociologique, 1897 [2] e <strong>sobre</strong>tudo a exaustiva monografia<br />
de Caland (1898: 27S-SS). O rito é fundamental nos rituais hin<br />
dus doméstico (Pâraskôra-grihya-sútra I, I, 2) e solene (Hillebrandt<br />
1879: 42; çat. Br. I, 2, 2 e 3), é mais ou menos geral nas populações<br />
indo-européias (Caland 1898) e bastante difundido um pouco em<br />
toda parte.<br />
178 II Reis III, 27; Ezequiel XVI, 36; Gênesis XXII; Deuteronômio XII,<br />
3 I, Salmos CVI, 37; Luciano, De Dea Syria, 58. Cr. lenda de Athamas<br />
(Preller 1872-75, lI: 3 I 2); Basset 1897: n. 9 I; Hi:ifler 1896: 3; sacrifí<br />
cio de um membro da família (Porfírio, DeAbstinentia lI, 27); lenda de<br />
Çunahçepa (Lévi 1898: 135). Os exemplos dessa nova representação<br />
são particularmente numerosos no sacrifício de construção (Sartori<br />
1898: 17).<br />
179 Ex.: I Crônicas XXI, 23-ss (Davi na eira de Ornã).<br />
180 LevÍtico I, 4; III, 2; IV, 2; XVI, I; Êxodo XXIX, 15, 19; Números VIII,<br />
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