Ensaio sobre o Sacrifício - WESLEY CARVALHO
Ensaio sobre o Sacrifício - WESLEY CARVALHO
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o espírito da oblação c sempre posto fora do mundo real. Há uma úni<br />
ca diferença, aliás natural: na maioria dos casos da oblação o momento<br />
da atribuição e o da consagração coincidem, sem que a vítima tenha o<br />
caráter de uma coisa a eliminar. De fato, a libação e destruÍda no mo<br />
mento cm que escorre do altar, perde-se no chão, evapora-se ou quei<br />
ma no fogo; o bolo ou o punhado de farinha se consomem e partem<br />
como fumaça. A sacri/-icação e a atribuição a divindade formam um<br />
único e mesmo ritual. Mas não há dúvida alguma <strong>sobre</strong> a natureza da<br />
destruição: c assim quc no ritual hindu a simples colocação de madeira<br />
a qucimar e, cm certos momentos, um sacrifício em si mesma (alu<br />
dimos aos sâmidhení, ci'. Hillebrandt 1879: 74-SS). Enfim, a repartição<br />
das porções c, mutatis mutandis, análoga a do sacrifício animal: assim c<br />
que no sacrificio das luas cheia e nova encontramos porções aos deuses,<br />
uma idâ etc. Lembremos, por fim, que o mais importante de todos<br />
os sacrifícios hindus, aquele em que a vítima c submetida a todos os<br />
tratamentos possíveis, o sacrifício do soma, c, como o sacrifício cristão,<br />
constituído por uma oblação vegetal.<br />
Nada c mais explicável, pois são as mesmas pessoas e coisas que estão<br />
em jogo; por outro lado, em virtude das leis bastante conhecidas que<br />
regem as coisas religiosas, são os mesmos procedimentos de purifica<br />
ção que conferem ou retiram um caráter sagrado.<br />
Ap.çr.síl. VII, 26, 12; Kât.çr.síl. 6, 9, I I; Taitt.S. 1,3, 11, I e Çat.Br. 3,8,<br />
5,5 para o mantra (em Kât. um melhor emprego). Faz-se uma scrie<br />
de pequenos sacrifícios (ver Schwab 1896: n. 11 I) cujas formulas<br />
exprimem o término do rito.<br />
Ap.çr.síl. VIII, 27, 4; Kât.çr.síl. VI, 9, 12 (um fato digno de nota: Ap.<br />
toma emprestado o mantra de v.s. VI, 2I.)<br />
Hillebrandt 1879; Schwab 1896: 156-59. Durante esse rito e feita<br />
uma curiosa recapitulação dos diversos momentos do sacrifício (Taitt.<br />
Br. 3, 6, 15 inteiro) e dos benefícios que dele espera o sacrificante: ele<br />
irá saborear aquilo que fez os deuses saborearem (Açv.çr.síl. 1,9, I).<br />
Hillebrandt 1879: 147-49.<br />
Agradecendo-lhe por ter conduzido aos deuses a oferenda: Ap. çr.síl.<br />
VII, 28, 2; Taitt.Br. 2,4,7, I I; Taitt.S. 3, 5, 5,4.<br />
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Ap.çr.síl., VII, 28, 4; Ait.Br. 6,3,5.<br />
Schwab 1896: 107; Hillebrandt 1879: 140-41.<br />
Ap.çr.síl.vII, 2'6, 15; Çat.Br. 3,8,5,8; Taitt.S.6,4, 1,8; 1,3, I I; V.S.VI,<br />
22; Ap. çr.síl. VII, 27, 16.<br />
Ap.çr.síl. VII, 26, I6-ss; Taitt.S. 1,4,45, 3.<br />
Hillebrandt 1879: 174; Levi 1898: 66.<br />
Çat.Br. I, I, 1,4-7.<br />
Avabhria (Weber 1868: 393-ss; Oldenberg I894a: 407-SS). Talvez a<br />
expressão "fluido" e outras, que Oldenberg utiliza, não sejam as me<br />
lhores. Mesmo assim ele indicou o sentido do rito tal como aparece,<br />
não no Ria Veda, onde aliás e mencionado (Grassmann 1873), mas em<br />
todos os outros textos rituais e teologicos: Ap.çr.síl. VIII, 7, I 2-SS;XIII,<br />
I9-ss; Kât.çr.síl. VI, Ia, I; X, 8, I6-ss.<br />
Supõe-se que esses lugares, os tanques de água corrente, os tírthas,<br />
ainda hoje locais particularmente sagrados da índia, sejam a proprie<br />
dade favorita de Varuna (Çât.Br. 4,4,5, Ia).<br />
Ap.çr.síl. XIII, 20, Ia, I I.<br />
Ap.çr.síl. XIII, 22,2, comento Ao mesmo tempo eles repetem diversas<br />
formulas, exprimindo que expiem seus pecados, suas faltas rituais,<br />
que adquiram força, prosperidade e gloria ao assimilarem assim a<br />
força mágica das águas, dos ritos e das plantas.<br />
Eles dão suas antigas roupas aos sacerdotes; ao abandonarem desse<br />
modo sua antiga personalidade e ao vestirem novas roupas eles pro<br />
duzem "pele nova como uma serpente". "Agora não há neles mais<br />
pecado do que numa criança sem dentes" (Çat.Br. 4,4,5, 23).<br />
LevÍtico XVI, 22, 23. Ao sair do jejum ele trocava mais uma vez de<br />
roupa e voltava para casa, onde recebia as felicitações dos amigos<br />
por ter suportado as provas, cumprido os ritos e escapado a todos os<br />
perigos desse dia (Talm.Yoma VIII, 8, 5, Mischnâ).<br />
LevÍtico XVI, 26.<br />
LevÍtico XVI, 28. Como também aquele que trazia de volta as cinzas<br />
da vaca ruça.<br />
Sabemos (ci'. Ezequiel XLIV, 19) que as roupas dos sacerdotes eram<br />
guardadas em "câmaras santas" onde eles se vestiam e despiam antes<br />
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