A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
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Desperdício<br />
É muito comum habituarem-se as pessoas a praticar pequenos desperdícios, sob a alegação<br />
de que o que se perde, ou se atira fora, tem pouco valor. Mas, se levarmos em conta a soma desses<br />
desperdícios que uma só pessoa faz, em cada dia, acrescentando os das demais pessoas, veremos<br />
que essa soma atingirá um volume de importância considerável.<br />
Desperdiçar é um defeito de educação.<br />
Há pessoas que se servem, à mesa, de quantidade maior de alimentos do que a que podem<br />
ingerir e, depois, deixam uma boa parte de sobra. Se tal procedimento é repetido constantemente<br />
nas refeições, revelam a falta de senso de aproveitamento e o muito que ainda têm que aprender.<br />
Encontram-se também donas-de-casa que não possuem equilíbrio na economia doméstica e<br />
fazem gastos além da medida tolerável em produtos ou artigos dispensáveis, o que representa, de<br />
igual modo, um desperdício de recursos.<br />
Na arte culinária deve prever-se o preparo dos alimentos que dêem para o número<br />
aproximado de pessoas para as quais eles são feitos, naturalmente com certa largueza, mas nunca<br />
em quantidade demasiada.<br />
Quem desperdiça demonstra não possuir noção de economia. No mundo nada nos pertence,<br />
pois tudo quanto é material recebemos para administrar e ninguém tem o direito de dispor à vontade<br />
daquilo que provisoriamente administra.<br />
No desperdício é costume não ser encarada a sua devida gravidade. Não se deve fazer<br />
economia por avareza. O avaro, na realidade, se priva das coisas essenciais pela mania de acumular<br />
riqueza, fato em nada comparável ao senso equilibrado de quem não desperdiça, pela compreensão<br />
racional de que não o deve fazer por uma questão de princípio espiritualista.<br />
O ser humano pode não admitir o desperdício, e, por outro lado, abrir mão de uma fortuna<br />
em favor de uma obra benemérita.<br />
O desperdício provém, ainda, da negligência, por não se dar a criatura ao trabalho de pensar<br />
para evitá-lo, fazendo as coisas a esmo, sem maiores preocupações. Para não se participar do<br />
desperdício, há necessidade de observar um certo cuidado em tudo quanto se executa, pondo o<br />
raciocínio sempre em ação para deliberar com acerto.<br />
Nunca se deve jogar fora o que pode ser aproveitado, pois aquilo que não serve para uns<br />
pode ser útil para outros. O ideal é fazer prevalecer o espírito de confraternização no ser humano,<br />
para sentir prazer em favorecer o semelhante com algo que lhe é desnecessário.<br />
Na classe pobre, onde é forçoso economizar, vêem-se colchas de retalhos, roupas<br />
readaptadas, móveis conservados à custa de reformas e muitas utilidades feitas com restos e sobras,<br />
aparentemente desprezíveis. A pessoa habituada a evitar o desperdício dispõe de mais larga visão de<br />
aproveitamento do que as outras e sabe restituir ao uso objetos que em mãos menos zelosas estariam<br />
condenados ao desperdício.<br />
Não fora o hábito do desperdício de que muitos indivíduos são useiros, as famílias<br />
respectivas poderiam desfrutar de melhores condições, através da restrição dos gastos que os<br />
desperdícios forçam. Os desperdiçadores não têm consciência do que perdem, e, por isso, não dão<br />
valor ao que desperdiçam. O que atiram fora de cada vez, como costuma ser de pequena monta, não<br />
lhes dá a idéia de conjunto.<br />
O indivíduo inconseqüente, se recebesse o seu salário de hora em hora, ao fim do mês<br />
estaria, na certa, de bolsos vazios para saldar os pagamentos do mês. A parcela de salário, traduzida