A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A criatura que se obstina em não dar a sua participação às salutares solicitações terrenas,<br />
como no caso das obrigações domésticas, torna-se um elemento negativo na organização humana, e<br />
a omissão do seu trabalho repercutirá, profundamente, na sua existência futura, colocando-a em<br />
níveis mais baixos de atuação. O insubmisso, o rebelde, o faltoso perde a confiança que nele se<br />
havia depositado, e nada o poderá socorrer na hora em que estiver resgatando erros e omissões.<br />
As obrigações domésticas não foram criadas a esmo, mas com uma finalidade superior. Não<br />
se procure comparar a tarefa da mulher com a do homem. Surgem dessa comparação, não poucas<br />
vezes, discussões estéreis. Ambos, com obrigações importantes a desempenhar, sofrem os seus<br />
impactos morais, cada qual a seu modo, conforme o campo de ação de cada um. Convém se<br />
lembrarem de que o espírito não tem sexo, e que a condição de encarnar como homem ou mulher é<br />
unicamente para atender a conveniências evolutivas.<br />
A mulher honesta, que se entrega criteriosamente às obrigações domésticas, poderá ganhar<br />
em evolução bem mais do que o homem, sujeito a descuidar-se em atos de prevaricação e de<br />
apropriação indébita, pelas facilidades que a natureza e os momentos lhe oferecem, do que lhe<br />
acarretarão custosas delongas na trajetória espiritual futura.<br />
As esposas não devem, por isso, comparar a sua posição na vida, quando entrosadas nas<br />
obrigações domésticas, com as do esposo, como que se amargurando por uma pretensa<br />
desigualdade. As leis da vida, que são sábias, atuam em benefício e não em prejuízo de qualquer<br />
um. É a compreensão espiritualista que esclarece todos esses pormenores, mostrando a sabedoria<br />
com que foram traçadas.<br />
As criaturas que se sentirem infelizes, julgando-se em condições inferiores às de outras,<br />
aguardem, paciente e consoladamente, a sua vez, empregando os melhores meios para se tornarem<br />
merecedoras de alcançar o que aspiram. Façam jus à <strong>felicidade</strong>, adquirindo valores patrimoniais<br />
para o espírito, cumprindo, com agrado, conformadas, as suas tarefas, por mais espinhosas que<br />
sejam, como, no caso, as obrigações domésticas.<br />
Há moças que nasceram em lares ricos e que, por circunstâncias adversas, viram-se na<br />
contingência de tomar sobre os seus ombros os pesados encargos das obrigações domésticas, e<br />
como verdadeiras heroínas se portaram, dando cabal cumprimento à sua missão, solidárias com o<br />
marido, dele amigas em todas as horas e compreensivas e estóicas.<br />
A falta de compreensão dos deveres do lar e da família tem dado, como resultado, o<br />
divórcio, a separação do casal, os adultérios e os filhos que se transviam, numa verdadeira<br />
convulsão no sistema social.<br />
Não tenham dúvida as esposas, que trocam os superiores encargos representados pelas<br />
obrigações domésticas que lhes estão afetas por levianas aventuras prazerosas ou maneiras fáceis de<br />
conseguir vantagens materiais, que estão traindo a si mesmas, descendo os degraus do infortúnio,<br />
preparando um futuro martirizante, especulando com a <strong>felicidade</strong> e renegando a assistência das<br />
Forças Superiores, que é reservada aos seres de boa conduta moral, desejosos de evoluir.<br />
Muitas moças, pelo fato de serem bonitas, acham que precisam realçar artificialmente a<br />
beleza, e que não podem fazer certos serviços caseiros que prejudiquem a silhueta, criando, com<br />
isso, uma situação incompatível com as obrigações domésticas. O sentimento que nasce em suas<br />
almas nem sempre lhes mostra se o eleito está em condições ou não de satisfazer as suas exigências<br />
ou pretensões.<br />
Grande responsabilidade assumem as moças fisicamente bem dotadas, por estarem mais<br />
expostas a fracassar na sua elevada missão, caso não ponham em uso a têmpera moral. A beleza faz<br />
aflorar a vaidade escondida nos recônditos da alma, e a vaidade é sempre inimiga das obrigações