A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
para cada um o corpo físico que possui. É necessário cuidar-se dele, carinhosamente, para que dure<br />
muito, sempre em bom estado, a fim de o aproveitamento de cada encarnação ser o maior possível.<br />
O corpo físico é como que um objeto animado pelo espírito, que se desgasta com o uso e o<br />
tempo, assim como o vestuário comum; convém reduzir esse desgaste, dando-lhe os cuidados da<br />
higiene, do relativo conforto, da boa alimentação, do descanso apropriado. Procure-se mantê-lo com<br />
ótima aparência, sempre revigorado pelo estímulo espiritual, pois é uma prenda que o ser recebe na<br />
Terra, por empréstimo, e é de boa ética manter bem conservado aquilo que se recebe, em confiança,<br />
para uso.<br />
O corpo astral, muito mais influenciável do que o físico, recebe, em sua natureza, os traços<br />
bem caracterizados de todas as ações boas ou más praticadas no correr da vida terrena. Os traços de<br />
má origem ficam gravados no corpo perispiritual e só desaparecem se transferidos a um corpo<br />
físico, que os absorve como se fosse uma esponja, por uma espécie de sucção. Essas marcas, que<br />
definem falhas ou crimes, ao se transferirem para o duplo etéreo revelam-se do mesmo modo que as<br />
moléstias em geral, causando ao espírito profundo sofrimento, o que leva a desejar,<br />
angustiosamente, a reencarnação, para poder livrar-se deles. Alguns, ansiosos por encarnar,<br />
sujeitam-se às piores condições físicas.<br />
Os casais que dispuserem de recursos têm o dever de facilitar o processo da reencarnação.<br />
Não se pode, dentro das leis espirituais, provocar abortos, a menos que essa medida tenha de ser<br />
imposta por motivos ponderáveis. Aqueles que, carentes de recursos, não estiverem em situação de<br />
alimentar e educar os filhos que, pela ausência de meios, acabarão por desencarnar,<br />
prematuramente, dispõem de atenuantes para limitar a prole.<br />
A civilização desvirtuou o controle animal da reprodução da espécie. Enquanto os animais<br />
inferiores somente se unem para a fecundação na fase própria, o ser humano, por herança atávica de<br />
milhares de anos, que teve origem nas bacanais e se expandiu pelo mundo, com profundos reflexos<br />
na vida social, sofre, até hoje, da estimulação orgânica, que o leva à desvirtuação do sexo e aos mais<br />
condenáveis desregramentos. Os que batalham para vencer ou dominar a ação perniciosa do hábito<br />
hereditário e vicioso da constante solicitação recíproca do sexo, em ato de puro materialismo,<br />
concorrem para renovar o princípio espiritual de superiorização dos costumes e de elevação moral<br />
das práticas humanas.<br />
Todo esforço que na Terra se fizer para evitar a animalização dos hábitos será, em dias<br />
futuros, amplamente recompensado. Os prazeres e as satisfações que a matéria pode oferecer são,<br />
quase sempre, transformáveis em vícios, ao passo que os gozos e as alegrias no plano astral, além<br />
de serem mais intensos que na Terra, são, ainda, perduráveis, porque tecidos pelos fios da virtude.<br />
Na Terra, o indivíduo que aprende a resistir às tentações mundanas e sensualistas fortalece a<br />
sua vontade, domina os valores negativos, robustece a sua individualidade, elimina a fraqueza, que<br />
é um empecilho para passar-se de um plano de evolução para outro mais elevado. Todo indivíduo<br />
dominado por um vício, seja qual for, está entregue, por ele, a um certo estado de fraqueza.<br />
Indivíduo sensualista é todo aquele que vive para os prazeres materiais, não só para os do<br />
sexo como para os demais. O sensualista, enquanto não deixar de o ser, constitui-se num ser infenso<br />
à espiritualidade e a tudo que se apresente para reformar a natureza das suas inclinações. A criatura<br />
só perde o sensualismo através de reencarnações sucessivas, em que lhe são preparadas condições<br />
de vida especiais e capazes de, aos poucos, destruir tal característica. É certo, porém, que as citadas<br />
condições especiais são tremendas experiências morais que abrangem períodos inteiros de várias<br />
encarnações.