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A felicidade existe - Racionalismo Cristão

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É realmente essa uma situação falsa em que ficam colocados os crentes, face à posição de<br />

salvos. Nada como a verdade, sem mistificações e hipocrisias, em que a criatura não precise ser<br />

diferente do que realmente é.<br />

No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é bem conhecido o quadro triste daqueles que, quando na Terra,<br />

julgando-se salvos, criaram uma coleção de imagens fantasiosas e irreais, que tiveram de ser<br />

desfeitas, com grande sofrimento, após a desencarnação.<br />

A salvação de cada um — se esta expressão se puder empregar — está no esforço que fizer<br />

para não cometer erros e cumprir rigorosamente os seus deveres; essa salvação não lava o passado,<br />

não elimina os débitos que terão de ser resgatados. Uma excelente conduta salva o indivíduo de<br />

queimar-se em orgias mundanas, e nada mais.<br />

Uma vez que a idéia da salvação foi criada para se associar à lenda do céu e do inferno,<br />

deixará de ter a significação que as seitas lhe concedem, desde que fique reconhecida a verdade<br />

sobre as leis da evolução.<br />

Na realidade, a palavra salvação para os crentes indica que o indivíduo se salva do inferno e<br />

vai para o céu. O clero, além de céu e inferno, criou o purgatório, estação intermediária entre um e<br />

outro. Esta criação é muito rendosa, pois possibilita aos crédulos pagarem missas, por meio das<br />

quais poderia a alma passar desse reduto para o céu. Estabeleceu-se essa transação mercantilista e<br />

enganosa para retirar, falsamente, o pecador ou o criminoso do purgatório e recomendá-lo ao céu.<br />

A criação do purgatório, que muda completamente a técnica da salvação, não é admitida<br />

pelos crentes. Note-se que tanto os que afirmam a existência do purgatório — o clero — como os<br />

que a negam — os crentes — dizem-se inspirados pela Bíblia, e chegam a essas conclusões opostas<br />

pela força de suas interpretações.<br />

Atrás da salvação andam os indivíduos ingênuos, que nada sabem da vida espiritual. Não é<br />

possível que uma criatura se deixe embalar por promessas tão frágeis, se tiver algum conhecimento<br />

da vida no plano astral.<br />

Assim se demonstra que a falta de espiritualidade domina uma legião de adeptos das várias<br />

seitas e religiões, os quais foram atraídos para elas na doce ilusão de poderem comprar o céu ou de<br />

libertar-se da condenação certa do inferno, gostosamente enganados pela afirmativa vã de<br />

alcançarem uma salvação in<strong>existe</strong>nte e falsa.<br />

É muito mais agradável poder chegar-se ao delinqüente e oferecer-lhe salvação — oferta que<br />

ele receberá com alegria — do que lhe revelar a verdade nua e crua, mostrando-lhe a necessidade de<br />

preparar-se para o resgate integral de suas faltas, com sacrifício e dor, em encarnações sucessivas.<br />

Por esta razão, a grande maioria prefere ser consoladoramente enganada a conscientemente alertada.<br />

Não fosse isso, a evolução do mundo teria já alcançado condições elevadas de grande significação<br />

moral e espiritual.<br />

Há os que fanaticamente batem de porta em porta e fazem comícios nas ruas oferecendo a<br />

salvação, prática que vale, segundo eles, para desviar os seus ouvintes dos vícios e da má vida que<br />

porventura levem. Muito maior proveito haveria se, em lugar de proclamarem vantagens<br />

impossíveis, se limitassem a contar as coisas como realmente são, e induzissem todos a cuidar do<br />

presente, transformando o seu modo de viver, de maneira a imperar, em todos os sentidos, a elevada<br />

moral cristã desdobrada em Códigos de Sabedoria adredemente preparados.<br />

O que se quer é mudar a mentalidade reinante, tornando-a sensível ao bem, e consciente e<br />

iluminada por meio de uma compreensão racional dos Princípios Eternos. O ser precisa ter a noção<br />

de que é ele próprio que tem de construir a sua <strong>felicidade</strong> permanente, para não andar atrás dos<br />

recursos mágicos de uma ilusória salvação.

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