18.04.2013 Views

A felicidade existe - Racionalismo Cristão

A felicidade existe - Racionalismo Cristão

A felicidade existe - Racionalismo Cristão

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dia não chegar, é indispensável que se saibam portar condignamente diante das circunstâncias<br />

adversas.<br />

É necessário que as obrigações domésticas não perturbem a paz do espírito, não diminuam o<br />

afeto pelo marido, não transformem as boas disposições morais, não provoquem discussões,<br />

queixas, gemidos e lágrimas de arrependimento. A incompreensão e o egoísmo geram situações<br />

desagradáveis diante do quadro imposto pelas obrigações domésticas.<br />

Às vezes, certas moças teimam, por capricho ou por outro motivo, em unir-se pelo<br />

casamento a quem não devem, impressionadas por dotes físicos ou por palavras embaladoras, sem<br />

que a razão pese no assunto, e o resultado é um desajustamento incorrigível.<br />

A jovem, dispondo-se a dar ao lar a contribuição valiosa que é o senso das obrigações<br />

domésticas, deve reservar essa virtude para quem mereça, para quem possa apreciar essa qualidade,<br />

para quem tenha dotes morais elevados, para quem saiba corresponder a esse atributo.<br />

Previamente preparada para a reencarnação, traz a criatura traçado o seu caminho, em linhas<br />

gerais, cabendo submeter-se aos trabalhos que escolher para realizar. Se adotou o sexo feminino<br />

para ser esposa e mãe, em condições mais ou menos modestas, veio para desempenhar o seu papel,<br />

do qual não se deve procurar esquivar. Quando assim não procede, os débitos se avolumam.<br />

Importante é que ninguém se esqueça deste ponto fundamental: o mundo, ao invés de ser um<br />

éden, é uma prisão, um hospital, integrado, na sua maioria, de elementos humanos plenos de falhas<br />

e imperfeições; é uma escola de sofrimento renovador, de aparentes injustiças, de ilusões e<br />

conseqüentes desilusões, de trabalho físico árduo, espinhoso e desgastante. Não é desfrutado<br />

gostosamente senão por instantes, só para saber-se avaliar o valor do bem e do que é bom, para que<br />

se prossiga em sua permanente busca.<br />

Cientes da realidade dos fatos, cabe às jovens meditar sobre este tema, dispondo-se a<br />

enfrentar, corajosamente, a trajetória terrena, que é, apenas, mais uma vida seguida a tantas outras.<br />

Embora pareça muito longa, uma existência de setenta ou mais anos pouco representa no conjunto<br />

da vida eterna.<br />

Se as obrigações domésticas forem bem cumpridas, boas perspectivas se abrem para o<br />

futuro, quando outras atribuições mais leves, mais agradáveis, estarão reservadas.<br />

Um dos males está em a criatura crer falsamente que a vida se resume nesta curta<br />

permanência terrena, e que por isso deve aproveitá-la materialmente ao máximo.<br />

Não precisa a moça pobre ter inveja da rica, porque também será rica, um dia, e então verá<br />

que a <strong>felicidade</strong> não está na riqueza; não precisa lamentar-se por não possuir jóias, porque as poderá<br />

ter, até em abundância; não precisa amargurar-se por não poder viajar pelo mundo, porque esse dia<br />

vai chegar, e há de sentir esse desejo saturado. Tudo quanto for desejado ardentemente será<br />

convertido em realidade. Evidentemente não faltarão reencarnações em número suficiente para que<br />

todas as aspirações terrenas sejam consumadas.<br />

Uma vez, pois, que não faltará tempo e ocasião para a satisfação de todos os anseios,<br />

materiais ou não, faça-se em cada encarnação o máximo que se puder em prol da evolução, dentro<br />

ou fora do quadro das obrigações domésticas.<br />

Todos devem obedecer docilmente às imposições da vida, aceitando o mundo como ele é, e<br />

não querendo transformá-lo, da noite para o dia, naquele mundo imaginário e ideal que os sonhos<br />

acalentam. No palco da vida, todos têm o seu papel, e cada qual precisa esforçar-se para representálo<br />

bem, não de acordo com o seu egoísmo, mas conforme a orquestração geral e as normas de<br />

respeito ao próximo, incluindo as que envolvem o interesse sadio da coletividade.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!