A felicidade existe - Racionalismo Cristão
A felicidade existe - Racionalismo Cristão
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Vale a pena meditarem sobre o assunto os que não se sentirem apegados a uma idéia fixa e<br />
não se julgarem incapazes de quebrar algum tabu que carreguem desde a infância. É meditando<br />
profundamente que se chega a conclusões satisfatórias, uma vez que o raciocínio trabalhe com<br />
lógica, discernimento e desapaixonadamente. Sem estas condições, nunca se chegará a bons<br />
resultados, prevalecendo as dúvidas e a confusão.<br />
No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> dá-se grande valor à verdade espiritual e não se quer, de modo<br />
algum, ver alguém torturado pela incerteza, pois onde estiver a incerteza a verdade não penetrou.<br />
Há meios de conhecer a verdade espiritual dentro do alcance da mente humana e pode-se asseverar<br />
ser uma grande intrujice a afirmativa da salvação. Esta é a conclusão a que todos terão de chegar,<br />
certos de que, no fim, somente a verdade espiritualista ficará de pé.<br />
Diante disso, deve cada um tratar de averiguar os fatos quanto antes à luz da razão, e<br />
enfrentar com coragem a própria situação. No mundo nada está perdido, com respeito aos fracassos<br />
morais, já que tudo se recupera com o tempo, em ação evolutiva.<br />
Tanto mais depressa atingir o alvo e quanto mais disposta estiver a criatura a abandonar a<br />
crendice, a imagem fictícia, para aceitar postulados racionais e verdadeiros — que não estão<br />
ocultos, mas firmados, categoricamente, nas correntes espiritualistas de que tratam as obras<br />
racionalistas cristãs — mais rapidamente tomará o caminho da evolução consciente.<br />
Regeneração<br />
É neste mundo que o indivíduo se degenera quando faz mau uso do livre-arbítrio, e é<br />
também aqui que se regenera. A partícula inteligente, assim que ingressa no gênero humano, recebe<br />
o atributo do livre-arbítrio e o seu raciocínio está suficientemente desenvolvido para a prática do<br />
discernimento.<br />
Enfrenta, logo de início, as tentações do mundo, não sentindo, nessa altura, atração por elas,<br />
mas, se as experimenta e gosta, fica inclinado a prosseguir, absorvendo-as. Vem, então, o hábito do<br />
uso e do abuso das formas tentadoras terrenas, que se vão multiplicando com o desabrochar da<br />
civilização. Estabelece-se, aí, o império do vício.<br />
Impregnado de hábitos viciosos está o indivíduo em plena fase de degeneração, que não lhe<br />
traz bem-estar, alegria ou satisfação. Ao contrário, produz um estado de melancolia, desgosto,<br />
angústia, pois o ser procura, ansiosamente, desde os primórdios, a <strong>felicidade</strong>; ele sente que ela<br />
<strong>existe</strong> e quer alcançá-la. Passa, então, ao processo de regeneração.<br />
Obviamente, ninguém tem que se regenerar se, antes, não se degenerou. A degeneração, que<br />
não é um acontecimento imperioso, inapelável, se dá por descuido, por abandono dos preceitos<br />
morais que nascem com o indivíduo, e a regeneração é o recurso.<br />
A espiritualização, além de evitar a degeneração, ainda conduz à regeneração. Por aí se vê a<br />
importância, a imprescindibilidade do esclarecimento espiritual e das práticas espiritualistas.<br />
Os vícios podem adquirir-se rapidamente e com facilidade, mas a recuperação da virtude é<br />
lenta e difícil. O rolar para o fundo de um abismo e encher-se de equimoses é obra de um instante,<br />
mas recuperar a posição perdida, galgando o topo do aclive, é tarefa árdua, muito mais demorada, e<br />
exige grande esforço.<br />
Milhares de espíritos reencarnam, diariamente, na Terra, com o fim de regenerar-se, por<br />
haverem verificado, nos seus mundos, o seu verdadeiro estado psíquico e se certificado de que a<br />
reencarnação é o único caminho a seguir. A Terra é o cadinho regenerador. Aqui se acham<br />
classificadas e ordenadas todas as formas de sofrimento e as mais variadas experiências, capazes de<br />
quebrar as resistências dos mais inflexíveis delinqüentes.