PARA ALÉM DO QUE OS OLHOS VEEM - Senador Paulo Paim

Aposento ou não aposento?
Para algumas pessoas, pequenas mudanças vão tomando forma a partir dos 40 anos. Para outras, as mudanças
são mais profundas, talvez até, dolorosas. Existem aquelas que enfrentam esse processo somente aos 50 anos e, não
se sabe bem o porquê, algumas jamais são afetadas pela passagem do tempo.
Fato é, que a maioria das pessoas experimenta certa angústia diante de um momento muito delicado da vida: a
aposentadoria. Esse é um período de profunda mudança e é óbvio que a ansiedade assalta alguns, vez ou outra.
É comum ouvir aqueles que estão prestes a se aposentar comentando sobre sua preocupação em continuar sendo
útil, em manter a mente ativa, em não se entregar a uma vida ociosa, em envelhecer com dignidade.
Já há algum tempo, outra preocupação tem visitado essas pessoas: “Será que eu posso me aposentar?” ou “Será
que o valor que vou receber vai cobrir minhas despesas?”.
Essa preocupação tem nome. Ela se chama fator previdenciário e está transformando a vida dos trabalhadores
em um verdadeiro pesadelo. Ela foi o principal assunto da audiência pública realizada no dia 9 de maio de 2011
pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
Esse fator é aplicado aos trabalhadores que estão submetidos ao regime geral de previdência social e pretendem
se aposentar. Ele confisca até metade do salário no ato da aposentadoria e prejudica principalmente as mulheres.
Sempre fui um dos seus principais críticos e defendi ferrenhamente o seu fim. Inclusive aprovei, no Senado, por unanimidade,
o PLS 296/2003 que termina com o fator e que está aguardando votação na Câmara dos Deputados.
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