GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...
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"falsos principiantes", os únicos cursos organizados de maneira regular no<br />
Instituto de Sofia; os de nível mais adiantado só foram ministrados de<br />
forma episódica e sua prática ainda não é considerada satisfatória). Os<br />
cursos são articulados em dez diálogos, que colocam em situações<br />
concretas os doze alunos da turma. Não obstante certas imperfeições, os<br />
diálogos são vivos, naturais, muitas vezes com laivos de humor e poesia e<br />
concedem grande espaço para a expressão emotiva de sentimentos<br />
pessoais; são também de uma qualidade intelectual, artística e cultural<br />
raramente encontrada nos manuais de aprendizado de línguas vivas. Tais<br />
diálogos comprovam a louvável procupação de dar aos alunos os<br />
instrumentos lingüísticos para uma comunicação realmente adulta, e isto da<br />
maneira mais rápida possível; o primeiro diálogo (seis horas de curso) não<br />
tem menos do que 850 palavras novas e utiliza logo as estruturas<br />
gramaticais e morfológicas da língua estudada.<br />
Depois de serem objeto de uma primeira "decifração" (leitura rápida e<br />
explicações sumárias dadas pelo professor, com os textos acompanhados<br />
da tradução escrita na língua materna), os diálogos em seguida sofrem um<br />
triplo "tratamento", se se pode dizer assim. Inicialmente são lidos em<br />
superimpressão sonora, com acompanhamento de música clássica em<br />
surdina destinado a tornar mais fáceis a distensão e a relaxação dos alunos.<br />
O mesmo diálogo é lido uma segunda vez pelo professor, mas agora em<br />
subimpressão sonora, quando o essencial é a música, que retém, sozinha, a<br />
atenção consciente dos alunos: e, sucedendo à "sessão ativa" do concerto, a<br />
"sessão passiva", a mais importante, aquela durante a qual é esperado que<br />
se faça o essencial da memorização do texto, o essencial da hipermnésia. A<br />
forma por que é lido o texto pelo professor assume aqui uma importância<br />
capital. É ao professor que compete ao mesmo tempo transmitir aos alunos<br />
a relaxação concentrada, a passividade ativa a que já fizemos referência, e<br />
também, na fase passiva do concerto, fazer passar subliminar-mente o<br />
conteúdo lingüístico usando a "sugestão por distração", para retomar uma<br />
expressão de Janet, enquanto a atenção consciente dos alunos é<br />
inteiramente captada pela audição da música. Certos professores de Sofia,<br />
quase só mulheres, que tivemos ocasião de ouvir no que é um verdadeiro<br />
concerto para voz humana e orquestra, atingem espantosa mestria, sem<br />
qualquer comparação com tudo o que pudemos ouvir em cursos similares<br />
no Ocidente. Vozes de artistas, de grandes artistas, vozes de sereia...<br />
Eis o primeiro dia do curso, que dura uma hora e meia: três quartos de hora<br />
mais ou menos para a decifração inicial, 20 a 25 minutos para cada uma<br />
das duas "sessões" do concerto. A música? Clássica quase exclusivamente:<br />
Bach, Haendel, Vivaldi, Corelli, Mozart, menos freqüentemente Couperin<br />
e Rameau, raramente Beethoven e Tchaikovski8.<br />
8. Embora importante, sem dúvida, nos cursos de línguas do Instituto de<br />
Sofia, a música não é, entretanto, elemento essencial, nem mesmo