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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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menos do que na hipnose, a dependência em relação ao sugestionador,<br />

criada por essa prática, levou Coué a ver na auto-sugestão consciente a<br />

solução para o problema da liberdade do paciente, cuja importância<br />

decisiva ele pressentiu. Não é necessário outra pessoa, cada um pode se<br />

transformar em seu próprio sugestionador, pensa Coué. Assim, tanto evitase<br />

o surgimento de uma situação de dependência como fica assegurada a<br />

ação durável da sugestão, pois depende de cada um renová-la verbalmente<br />

dia a dia. E assim, ainda segundo Coué, é atingido o domínio de si mesmo<br />

pela auto-sugestão consciente. Se Coué, na verdade, ligou seu nome<br />

principalmente à cura das doenças pela auto-sugestão, também não deixou<br />

de afirmar o valor do seu método nos domínios do ensino, da educação e<br />

da formação moral. "A sugestão — escreveu Coué — é uma espécie de<br />

alimento moral, tão necessário, senão mais, do que o alimento físico"2.<br />

Em 1902, com 45 anos, Coué decide ir para Nancy, cidade natal de sua<br />

mulher, e aí dedicar-se inteiramente, e de forma beneficente, à iniciação<br />

dos seus contemporâneos nos benefícios da auto-sugestão. Coué tinha alma<br />

de apóstolo. Até 1926, data de sua morte, desenvolveria prodigiosa<br />

atividade. Na França, em vários países da Europa e até nos Estados<br />

Unidos, quando se apresentou a ocasião, multiplicaria reuniões,<br />

conferências, consultas particulares e sessões públicas a respeito da autosugestão,<br />

sem jamais aceitar pessoalmente um só centavo de ninguém.<br />

Durante estes vinte e quatro anos, centenas de milhares de ouvintes<br />

participaram de forma ativa das muitas assembléias "auto--sugestivas"<br />

organizadas por Coué. Mais de 150.000 pessoas reconheceram-se<br />

devedoras a Coué, ao seu método ou por uma cura completa ou pela<br />

melhora acentuada da saúde (97% de êxito, segundo Coué). Criado em<br />

1923, o Instituto Coué daria continuidade, em Paris, por mais de meio<br />

século, ao ensino e à difusão do célebre método.<br />

Em que consiste o método Coué? É muito simples e se acha exposto em<br />

cada um dos únicos três livrinhos (traduzidos em vinte línguas) escritos por<br />

aquele que, não obstante o título que lhe atribuíram, de chefe da nova<br />

escola de Nancy, permaneceu sempre um prático, um empírico e um<br />

filantropo despojado de qualquer ambição pessoal.<br />

A primeira faculdade do homem não é a vontade e sim a imaginação,<br />

proclamava Coué, que acrescenta: imaginação e inconsciente são uma e<br />

mesma coisa. É a imaginação, o inconsciente que nos faz agir, que nos<br />

conduz, e não o ser consciente e voluntário que conhecemos e acreditamos<br />

ser. Quando vontade e imaginação entram em conflito, afirma Coué, é<br />

sempre a imaginação que vence. Não somente não fazemos aquilo que<br />

queremos fazer mas, em muitos casos, fazemos exatamente o contrário. E<br />

as coisas ruins que nos acontecem são, com muita freqüência, aquelas que<br />

temíamos que fossem acontecer. Nossa imaginação, consciente ou<br />

inconsciente, termina por engendrar o que mais tememos.

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