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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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Segundo o psicólogo americano R. S. Woodworth, "a sugestão é uma<br />

situação em que a idéia sugerida é, naquele exato momento, o único<br />

estímulo" (1938).<br />

Depois da Segunda Guerra Mundial, o médico e psicólogo holandês B.<br />

Stokvis escreveu: "A sugestão é a influência exercida sobre a vida racional<br />

por fatores afetivos vindos do exterior, principalmente pela expectativa,<br />

estado durante o qual a função cognitiva, logicamente racional, passa a<br />

segundo plano" (1946).<br />

O psicólogo americano A. Weitzenhoffer propõe a seguinte definição:<br />

"Sugestão: ação de caráter indireto pela qual os processos mentais ou o<br />

comportamento de um indivíduo são alterados por uma influência exterior,<br />

com a ausência da volição consciente no indivíduo assim influenciado"<br />

(1965).<br />

Tentar reunir os temas comuns a esta segunda série de definições é ainda<br />

mais difícil do que quanto à primeira. Entretanto, merece ser retido um<br />

tema que confirma as definições sublinhadas pelos dicionários e<br />

enciclopédias modernos: o da natureza fundamentalmente não intelectual<br />

da sugestão e seu caráter emotivo, afetivo e sensível. Ou ainda o da<br />

predominância do inconsciente no processo sugestivo, conseqüência da<br />

redução das funções conscientes: razão, atenção, vontade.<br />

3. O SENSO COMUM<br />

Segundo o senso comum, o da conversação corrente e dos meios de<br />

comunicação de massa, os termos "sugestão", "sugerir" e seus derivados<br />

acusam uma evidente flutuação semântica. E essa flutuação traduz toda a<br />

complexidade do fenômeno sugestivo.<br />

"Sugerir", fazer uma sugestão, para começar é, na acepção mais corrente,<br />

propor a alguém uma idéia, uma opinião, uma eventual decisão, um<br />

comportamento possível, com o acentuado cuidado de salvaguardar a<br />

liberdade de escolha do interlocutor e de deixar que ele, por si, tome a<br />

decisão. "Sugerir" aqui é menos forte do que propor, aconselhar ou<br />

convencer. "Sugerir" implica discreção, reserva, pudor, uma alternativa,<br />

respeito para com o outro. Uma delicadeza.<br />

Mas os termos "sugerir", "sugestão", "sugestibüidade" e sobretudo<br />

"sugestionar" também não evocam, em certas condições, exatamente o<br />

contrário? Uma maneira que pode ser direta, imperiosa, brutal, mas, mais<br />

freqüentemente, insidiosa e tortuosa, de fazer penetrar no espírito do outro<br />

uma idéia, um sentimento, uma conduta e até uma ideologia?<br />

Entre as duas acepções possíveis da palavra "sugestão" e seus derivados, o<br />

senso comum não se pronuncia com clareza. Pode-se notar, decerto,<br />

sobretudo na conversação usual, a tendência cada vez mais pronunciada de<br />

privilegiar o primeiro desses dois sen-lidos, aquele que respeita a liberdade<br />

do interlocutor. É este, no momento, o sentido mais generalizado, o sentido<br />

básico. Uma pesquisa pessoal e sistemática por nós realizada de setembro

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