06.05.2013 Views

GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

supondo-se que se possa exercer tal censura consciente, o que<br />

evidentemente não acontece? Que é necessário um controle sobre as<br />

sugestões que nos chegam, de acordo. Mas um controle desse tipo só pode<br />

ser parcialmente consciente. Para ser eficaz e real, e também para deixar<br />

livre e disponível o nosso espírito consciente, é preciso que tal controle<br />

seja largamente inconsciente. A excitação sugestiva, que no caso faz o<br />

papel de sugestio-nador, encontra sempre a aceitação ou a rejeição da<br />

pessoa, no nível inconsciente. Este é um aspecto particular do "primeiro<br />

tempo" do processo sugestivo, ao qual Baudouin nega toda força, se não a<br />

própria existência. Ao contrário, nós pensamos que esse "primeiro tempo",<br />

em sua dimensão consciente tanto quanto inconsciente, está sempre<br />

presente e é de extrema importância em qualquer forma de sugestão, seja<br />

heterossugestão ou auto--sugestão, e, quanto a esta última, quer seja<br />

consciente, quer não. É verdade que Baudouin reconhece ao inconsciente a<br />

capacidade de aceitar. Mas porque sua psicologia permanece<br />

fundamentalmente uma psicologia do consciente, Baudouin imagina que<br />

esta aceitação, que não passou pelo crivo do julgamento consciente e da<br />

razão, só pode ser efeito da passividade e da totina. Além disso, Baudouin<br />

nega ao inconsciente a capacidade de recusar sugestões que seriam<br />

nefastas. Baudouin contradiz a existência desta capacidade de recusa e, em<br />

nossa opinião, ele está totalmente errado. Se o ser humano reage<br />

inconscientemente às sugestões que lhe chegam, o faz talvez de forma<br />

muito mais positiva do que negativa. Por que querer, a toda força, que onde<br />

a razão e o julgamento consciente não intervém só exista cegueira,<br />

passividade e caos? De fato, o inconsciente é em larga medida o produto de<br />

sugestões e de auto-sugestões passadas, boas ou más. O inconsciente,<br />

urdido por esse passado, não pára de aceitar ou de recusar, de fazer uma<br />

triagem, de selecionar, bem ou mal, as sugestões recebidas. Por "bem",<br />

queremos dizer: de conformidade às finalidades do ser, inclusive as mais<br />

profundas e mais válidas. E por "mal" entendemos o que se opõe a essas<br />

finalidades ou as ignora. Trata-se de um ponto fundamental, ao qual<br />

voltaremos mais pormenorizadamente quando, mais adiante, abordarmos a<br />

noção de atitude. Esta noção — fundamental — diz respeito ao problema<br />

do controle inconsciente das sugestões e está no centro das pesquisas atuais<br />

em matéria de psicocibernética. Na verdade, ela é posterior aos trabalhos<br />

de Baudouin sobre a sugestão e realmente não se pode censurá-lo por tê-la<br />

ignorado.<br />

2. A AUTO-SUGESTAO REDUZI<strong>DA</strong> Ã AUTO-HIPNOSE<br />

Recordemos inicialmente a classificação dos principais tipos de sugestão<br />

propostos por Baudouin.<br />

Baudouin distingue três tipos de sugestão: espontânea, refletida,<br />

provocada. E na psicologia da atenção que ele busca o princípio da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!