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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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fora de toda possibilidade de participação ativa... A situação que tende a se<br />

estabelecer representaria, portanto, um aperfeiçoamento porque<br />

economizaria o esforço da imaginação... Mas a imaginação é a propriedade<br />

fundamental da inteligência e uma sociedade em que se enfraquecesse a<br />

propriedade de forjar símbolos perderia ao mesmo tempo sua propriedade<br />

de agir... A linguagem audiovisual tende a concentrar a elaboração total<br />

das imagens nos cérebros de uma minoria de especialistas, que levam às<br />

pessoas uma matéria totalmente figurada... Há uma separação, no corpo<br />

social, entre o criador e o consumidor de imagens. O empobrecimento não<br />

está nos temas mas no desaparecimento das variantes imaginativas<br />

pessoais... Tudo se transforma numa realidade absolutamente nua, a<br />

absorver sem esforço, enquanto o cérebro oscila"6.<br />

À passividade, assinalada por Leroi-Gourhan, do espectador ou do ouvinte<br />

de cinema, rádio e televisão, corresponde um espaço cada vez maior<br />

deixado aos que dispõem dos meios de comunicação audiovisuais para<br />

influenciar e manipular deliberada-mente aqueles que olham ou ouvem. Os<br />

meios de comunicação permitem agir à distância e simultaneamente sobre<br />

o espírito de enormes massas de leitores ou ouvintes. "Coordenados e<br />

orientados, escreve Mucchielli, os meios de comunicação transformam-se<br />

em formidável instrumento de fabricação de opinião e de moidagem de<br />

comportamentos. A conjunção entre a disposição dos meios de<br />

comunicação de massa como meio de entrar em relação de persuasão<br />

simultaneamente com milhões de indivíduos isolados, de uma parte, e, de<br />

outra, o conhecimento das determinantes reais da decisão e da ação dos<br />

seres humanos, deve levar a uma domesticação dos comportamentos e a<br />

um nivelamento de condutas automatizadas que lembram de maneira<br />

irresistível o mundo dos seres integralmente condicionados de Aldous<br />

Huxley ou o terríflco Universo de George OrwelT7.<br />

"Da "hipnose das compras" que os supermercados procuram criar, à<br />

doutrinação publicitária e política pela imprensa, pelo rádio e pela<br />

televisão, o objetivo almejado é o mesmo: concretizar o que David<br />

Riesman já em 1950 chamava de "multidão solitária", pela quebra e<br />

decomposição insidiosas dos grupos naturais (a família por exemplo) e dos<br />

grupos organizados (grupos religiosos, políticos, sindicais, culturais, etc.).<br />

Chega-se assim ao isolamento de cada um e atinge-se cada um,<br />

individualmente, em sua solidão. Multidão de pessoas sós, a "massa" é<br />

oferecida às sugestões e ao nivelamento pelos meios de comunicação de<br />

grande difusão"8. O "sistema", quer seja econômico, ideológico ou<br />

político, submete o indivíduo ao "conjunto", isto é, a uma estratégia e a<br />

uma finalidade ocultas, aos objetivos conhecidos somente pelos poderes de<br />

decisão e que ninguém verdadeiramente contesta"'. Manipular o outro é<br />

antes de tudo afastá-lo do poder de decisão.

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