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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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prática efetivamente idéias emanadas de outrem ou, em certas ocasiões, de<br />

si mesmo".<br />

O Comprehensive Dictionary o f Psychological and Psychoana-lytical<br />

Terms de English and English (Nova York, 1964) vê na sugestão "um<br />

processo pelo qual, sem usar argumentos lógicos, nem ordens, nem<br />

coerção, um indivíduo leva outro a agir de uma certa maneira ou a aceitar<br />

uma crença, uma opinião ou um plano de ação. A sugestão, muitas vezes,<br />

tem um caráter insidioso e se empenha em anular o senso crítico daquele<br />

sobre o qual ela é exercida".<br />

"A sugestão, diz Eidelberg, na Encyclopaedia of Psychoanalysis (Nova<br />

York, 1968), denota a capacidade de certos indivíduos de levarem outros a<br />

renunciar a suas percepções e convicções pessoais para aceitar sem<br />

nenhum exame crítico aquelas que lhes são propostas".<br />

Definição imprecisa e um tanto ambígua do Dictionary of Psychology, de<br />

Chaplin (Nova York, 1968): "A sugestão é um processo pelo qual um<br />

indivíduo incita outro a agir como ele pretende ou a adotar os seus próprios<br />

pontos de vista, obtendo resultado sem fazer apelo à força nem a nenhuma<br />

forma de coerção". Está certo, mas, como é obtido esse resultado? O autor<br />

da definição esquece de esclarecer.<br />

Na Encyclopaedia of Psychology, de Herder (Nova York, 1972), "a<br />

sugestão é um processo pelo qual uma ou várias pessoas levam outras a<br />

modificarem, sem exame crítico, seus julgamentos, opiniões, atitudes e<br />

comportamentos."<br />

Enfim, na grande International Encyclopaedia of the Social Sciences, de 17<br />

volumes (Nova York, 1968), o psicólogo sueco Stukát parece renunciar a<br />

definir a sugestão. Inspirando-se na teoria da informação, ele se interessa<br />

antes pelas "expectações" e pelas motivações que permitem a um indivíduo<br />

selecionar, organizar e transformar os estímulos informativos que lhe<br />

chegam do meio ambiente.<br />

O que resulta, enfim, desse desfile de definições da sugestão e palavras da<br />

mesma família, em enciclopédias e dicionários franceses e estrangeiros,<br />

especializados ou não?<br />

Em primeiro lugar, verifica-se que, pela sobrevivência de suas origens<br />

medievais, a sugestão e seus derivados conservaram em muitos diconarios<br />

modernos uma significação se não maléfica, ao menos pejorativa, ligada à<br />

idéia de manipulação insidiosa exercida sobre outrem à sua revelia.<br />

Em segundo lugar, verifica-se que, com poucas exceções, as obras<br />

especializadas de psicologia dedicam pouco espaço à sugestão, quando não<br />

a ignoram pura e simplesmente. De forma mais nítida, evidencia-se que a<br />

sugestão conheceu, em fins do século passado, uma certa voga sucedida<br />

pelo desinteresse expresso, durante mais de meio século, no quase silêncio<br />

dos dicionários; esse quase silêncio é substituído pela retomada do<br />

interesse bastante evidente, de uns quinze anos para cá.

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