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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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aspectos da sugestão coletiva facilmente observáveis nas demonstrações de<br />

massa, comícios, desfiles, manifestações, etc. Os slogans mais simplistas,<br />

repetidos mecanicamente, obsessivamente, num quadro apropriado, são o<br />

instrumento predileto do sugestionamento das multidões. Basta lembrar<br />

aqui a título de exemplo os leitmotiv da propaganda hitlerista e a<br />

formidável encenação visual, sonora e emotiva de que se cercavam os<br />

congressos de Nurenberg. E o instinto da imitação, o instinto gregá-rio,<br />

também desempenha um papel capital. Comprovam-no as modas, as<br />

predileções coletivas. Testemunha-o também o fenômeno das "epidemias"<br />

psicológicas e a espantosa rapidez de sua propagação.<br />

"O homem na multidão" assimila seu comportamento ao dos outros, o mais<br />

das vezes abandona todo pensamento e todo querer pessoais, todo espírito<br />

crítico e todo sentimento de responsabilidade, abdica o racional em<br />

benefício do emotivo. Aceita passivamente a autoridade do sugestionador,<br />

do lider, religioso ou político. A sensação de pertencer à massa lhe da a<br />

ilusão de força, de segurança, e também a ilusão da comunhão fraternal.<br />

Acabamos de mencionar a religião e a política. Mas também seria<br />

necessário citar a publicidade, este fenômeno sócio-econô-mico que<br />

adquiriu extraordinária importância nas sociedades ocidentais, chamadas<br />

de consumo.<br />

Tanto quanto a religião ou a política, a publicidade não é destinada, por<br />

natureza, à sugestão coercitiva. Alguns publicistas célebres, Dichter nos<br />

Estados Unidos, Bleustein-Blanchet na França, sustentaram não sem razão<br />

que a publicidade é um dos aspectos da informação ao público e que na<br />

realidade ela o protege, permitindo-lhe a comparação e a livre escolha.<br />

Liberdade de escolha, progresso na comunicação, informação e educação<br />

do público, estímulo à criatividade pessoal: são todas justificações da<br />

mesma ordem, e todas válidas, que podem ser, legitimamente invocadas<br />

pelas religiões ou pelos partidos políticos nos esforços que empregam para<br />

informar e conquistar as massas a que se dirigem.<br />

Mas, infelizmente, é bem difícil estabelecer a fronteira entre o que se refere<br />

à informação do público ou à defesa legítima dos seus interesses e dos seus<br />

direitos e o que concerne à manipulação dos espíritos, à intoxicação, quer<br />

seja publicitária, religiosa ou política. Liberdade ou coação? A pedra de<br />

toque, aqui, é a intenção do sugestionador e o seu respeito, autêntico ou<br />

não, pela liberdade de escolha daqueles aos quais se dirige. É a atitude<br />

interior do sugestionador — indivíduo ou coletividade —, sua motivação<br />

real, os fins que persegue, que decidem em última análise o caráter da<br />

sugestão, quer se trate de sugestão ordinária, corrente, ligada aos aspectos<br />

eventualmente mais materiais da vida quotidiana, quer se trate de sugestão<br />

a um nível mais profundo. Mas com mais freqüência, infelizmente, é o<br />

sugestiona-mentos que prevalece: a preocupação de informar ou de educar,<br />

de instruir, e a "raiva de convencer" como diz Bleustein-Blanchet, cedem o

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