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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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já citado Freud não usou esta palavra, mas quando diz que afirma e<br />

assegura aos seus doentes que eles sabem e podem, fica bastante evidente<br />

que se trata exatamente da sugestão.<br />

Em geral se tem por certo que, em seguida, a partir de 1900, depois de ter<br />

estabelecido as técnicas específicas da psicanálise, Freud não só<br />

abandonou a sugestão, mas ainda apresentou incessantemente a<br />

psicoterapia analítica como um sistema terapêutico direta e totalmente<br />

oposto à terapia por sugestão.<br />

As coisas, na verdade, são menos simples do que parecem.<br />

Basta recorrer aos escritos de Freud para se convencer de que a sugestão,<br />

de forma alguma, foi eliminada da psicanálise e que o problema das<br />

relações da sugestão com esta última foi um dos maiores que Freud sempre<br />

se empenhou, em vão aliás, em esclarecer e resolver.<br />

É decerto historicamente exato que no calor, no entusiasmo dos primeiros<br />

grandes descobrimentos da psicanálise, Freud de início concebeu a nova<br />

terapia, fundada ao mesmo tempo sobre a pesquisa e a revelação das<br />

causas inconscientes da doença e sobre a tomada de consciência destas<br />

causas pelo próprio paciente, como diretamente oposta à terapia sugestiva<br />

da escola de Nancy, que se limitava a fazer desaparecer os sintomas e com<br />

a qual o paciente permanecia inteiramente passivo.<br />

Desde 1889, Freud já sentia "uma espécie de surda revolta contra a tirania<br />

da sugestão... Minha oposição tomou mais tarde a forma de revolta contra<br />

a maneira de pensar segundo a qual a sugestão, que tudo explicava, não<br />

tinha necessidade de nenhuma explicação"2.<br />

Em conferência pronunciada em 1904 no Colégio dos Médicos de Viena (e<br />

publicada em 1905), Freud afirmava da maneira mais categórica: "Existe o<br />

maior contraste entre a técnica analítica e o método por sugestão"3.<br />

Observemos que num escrito anteriormente citado e que data do mesmo<br />

ano, 1904, Freud havia sustentado mais ou menos exatamente o contrário<br />

quando evocava as "afirmações" e as "segu-ranças" que prodigalizava aos<br />

seus clientes. O que prova certa ambigüidade no pensamento do pai da<br />

psicanálise e, com certeza, uma confusão na terminologia que usa. Pelo<br />

menos, Freud deveria ter feito uma distinção e esclarecido em que<br />

momento usava a sugestão na cura — para provocar a rememoração das<br />

lembranças esquecidas — e em que momento não a usava — na própria<br />

análise.<br />

Em 1910, no II Congresso Psicanalítico, em Nuremberg, Freud afirmava<br />

de novo: "Todos os nossos sucessos terapêuticos foram obtidos<br />

contrariamente à sugestão"4.<br />

Mas em 1912, em artigo publicado pelo Zentralblatt für Psychoarwlyse,<br />

Freud escreveu: "Admitimos com prazer que os resultados da psicanálise<br />

se fundamentam na sugestão; entretanto, é preciso dar ao termo sugestão o<br />

sentido (seguinte)...: a sugestão é a influência exercida sobre uma pessoa

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