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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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A isso, Jung responde (28 de janeiro de 1913): "Todo processo que cura é<br />

bom. É por isso que levo em conta todos os processos sugestivos, entre os<br />

quais a Christian Science e a MentalHealing, etc. "A truth is a truth when it<br />

works". (Mas) naturalmente é uma questão totalmente diferente,.saber se<br />

um medico que recebeu formação científica pode assumir a<br />

responsabilidade, perante sua consciência, de distribuir, por exemplo,<br />

garrafas com água de Lourdes sob o pretexto de que eventualmente esta<br />

sugestão é muito útil".<br />

Jung prossegue afirmando sua recusa de "ver-se acuado passivamente no<br />

papel de salvador. Senti a necessidade de compreender o que, no fundo, se<br />

passa na alma das pessoas. Tive a sensação de que é incrivelmente pueril<br />

querer tirar uma doença com fórmulas mágicas que a façam desaparecer e<br />

pretender que isso seja o resultado de um esforço científico para edificar<br />

uma psicoterapia... e a preocupação terapêutica coincidiram com o esforço<br />

que empreguei ao mesmo tempo para encontrar os motivos e também a<br />

solução racional do conflito. É isso que a meu ver dá todo o valor à<br />

psicanálise"5.<br />

Eis o que parece claro: embora não contestando a eficácia da sugestão,<br />

Jung renunciou a esse procedimento de "xamã" e preferiu usar a terapia<br />

racional que, a seu ver, representa a psicanálise.<br />

Mas eis que na mesma carta Jung acrescenta o que segue: "A<br />

sugestibilidade e a sugestão... enquanto qualidades inteiramente gerais do<br />

(ser) humano, estão onipresentes, mesmo no método... dos psicanalistas,<br />

que pretendem tudo fazer de maneira puramente racional. Nesta matéria, é<br />

vão querer construir uma muralha de técnicas e se camuflar atrás delas: o<br />

médico age, quer queira ou não — e talvez essencialmente — pela sua<br />

personalidade, isto é, de forma sugestiva... O otimismo do médico, sua fé<br />

em si mesmo e em seu método, sua personalidade, (irão) constituir um dos<br />

principais fatores de cura"6.<br />

A carta de resposta a Jung escrita pelo pobre Loy (2 de fevereiro de 1913)<br />

mostra que este ficou muito perplexo e manifestamente desorientado pela<br />

ambigüidade e pelas contradições das afirmações de Jung. Loy concluiu,<br />

não sem uma pitada de ironia: "Se o analista não quer sugerir nada, é<br />

preciso então que ele se cale durante a maior parte do tempo e deixe o<br />

analisado falar?"7.<br />

Em resposta a Loy (18 de fevereiro de 1913) Jung trai sua indecisão e o<br />

embaraço em face da espinhosa questão da sugestão que, não mais do que<br />

Freud, ele não conseguiu esclarecer.<br />

"Eu não desconfio, de maneira geral, da sugestão, escreveu Jung, mas<br />

somente das duvidosas motivações pelas quais às vezes se é tentado a<br />

justificá-la8... Apreciar a importância que pode atingir a influência<br />

sugestiva do analista sobre o seu doente, prossegue Jung, é uma questão<br />

extremamente delicada. Certamente, esta influência desempenha um papel

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